A Polícia Civil de Pernambuco apresentou nesta segunda-feira a prisão do homicida mais procurado do estado. Marcos Antônio de Souza, 41 anos, conhecido como Galo, é o líder de um grupo de extermínio que comanda a Zona Norte do Recife. O ex-soldado da Polícia Militar foi preso na quinta-feira passada pela morte de Roberto Andrade Arruda, que ocorreu em outubro de 2016, e estaria envolvido em pelo menos seis homicídios, entre eles o de Lúcio da Bomba, em março deste ano, e é responsável por instituir um poder paralelo dentro do bairro de Vasco da Gama. Outros dois integrantes da quadrilha estão foragidos.

A prisão de Galo foi comemorada pela Polícia como parte da desarticulação do controle criminoso do bairro de Vasco da Gama. Além de praticar homicídios motivado por guerra de facções e controle da área, o grupo de Galo também estaria envolvido em investidas a agências bancárias e chegava a cobrar dos comerciante para garantir a segurança do local, agindo como uma espécie de justiceiro no bairro em casos de roubos e mortes que não fossem permitidas pela quadrilha.

Um dos homicídios atribuídos ao grupo, ocorrido em janeiro deste ano, teria como motivação um assalto que foi realizado na área deles.”Realmente é uma vitória muito grande. Um indivíduo que dava todas as ordens naquela área, que comandava, que decidia quem morria, de que horas e como ia acontecer. Quando ele foi preso surgiram muitos comentários nas redes sociais dizendo que agora é que o roubo ia comer solto no Vasco da Gama. Como se tivesse acabado a segurança. E não é bem assim, era apenas um poder paralelo, que agora o estado reconquista, destaca o delagado Ivaldo Pereira, gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

As investigações contra Marcos Antônio iniciaram em março deste ano, após o assassinato do seu rival Lúcio Pereira da Silva, 38 anos, conhecido como Lúcio da Bomba, no bairro de Campo Grande. Os dois já haviam sido parceiros no antigo grupo de extermínio Thundercats e se tornaram inimigos após conflitos internos no grupo, o que causou vários homicídios entre as gangues. Na época do crime, Galo chegou a ser preso, mas foi liberado e passou a cumprir medidas de restrição por determinação judicial.

Depois da morte de Lúcio, a polícia utilizou confronto balístico para provar a participação do grupo de Galo na morte de outras cinco pessoas. A técnica provou que os projéteis que foram encontrados nos corpos saíram das mesmas duas armas que foram utilizadas no homicídio de Lúcio.

Depois de sete meses de investigação, a polícia realizou diversas viagens ao interior do estado à procura de Galo, e só chegou até o suspeito através de informações sobre o carro utilizado por sua esposa, um Gol de cor branca. A prisão ocorreu na manhã da quinta-feira, na Ilha de Itamaracá, nas proximidades do Forte Orange. “Soubemos no dia que este veículo estava circulando por Itamaracá. Formamos uma equipe, fomos ao local e passamos a realizar diligências naquela estrada do Forte Orange”, relata o delegado Ivaldo Pereira.

O mandato de prisão preventiva diz respeito ao homicídio de Paulo Roberto Andrade Arruda, que ocorreu no dia 14 de outubro de 2016.”Ele estava calmo em Itamaracá porque sabia que já tinha se livrado da pena pela morte de Lúcio, mas não esperava que conseguíssemos um mandado por outro crime. Ainda estamos investigando a participação do grupo em vários outros homicídios, incluindo um de um ex policial civil”,garante o delegado Alfredo Jorge.

Em julho deste ano um outro integrante da quadrilha foi preso pelo mesmo crime. José Roberto de Farias, 39 anos, conhecido como Madeira, foi preso no bairro do Cordeiro com mais de oito quilos de maconha. Outros dois membros do grupo permanecem foragidos: Tancredo Miternis Teixeira Lobo, 31 anos, e Denilson Moreira da Silva, 41 anos, conhecido como Deninho. A Polícia oferece R mil de recompensa para quem der informações que ajude a localizar cada um dos suspeitos. Disk Denúncia DHPP: 3184-3542.

Diário de PE