O dólar é negociado em alta, passando de R$ 6,20 e batendo novo recorde nesta quarta-feira (18) — mesmo depois de o BC (Banco Central) já ter vendido US$ 12,7 bilhões desde a última quinta-feira (12). Foi a maior injeção de recursos no câmbio desde a pandemia, em março de 2021.
A Bolsa de Valores tem queda, na espera pela decisão pelo corte de juros nos Estados Unidos.
Por volta de 15h11, o dólar comercial tinha alta de 1,79%, vendido a R$ 6,205. O turismo tinha valorização de 1,10%, para R$ 6,401.
A Bolsa de Valores de São Paulo operava em baixa de 1,78%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu para 122.477 pontos.
O valor de R$ 6,20 é um recorde nominal para o dólar. Ele desconsidera a inflação. Até hoje, a maior cotação real, incluindo a inflação, foi em setembro de 2002, na primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Corrigido pela inflação, o valor do dólar naquela ocasião seria hoje o correspondente a R$ 8,75.
Essa piora da alta da moeda americana tem a ver com declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Indagado sobre a possibilidade de o Brasil estar sofrendo com uma especulação contra o real, o ministro afirmou que o ideal é “olhar os fundamentos.” Movimentos especulativos são coibidos com intervenções do Banco Central e do Tesouro Nacional, ele destacou, citando os leilões de recompra de títulos anunciados pelo Tesouro, disse ele na tarde desta quarta-feira.
A preocupação de que o pacote de corte de gastos — considerado fraco pelos investidores — possa ser ainda mais desidratado no Congresso faz o real se desvalorizar, apesar da atuação do BC. O BC já colocou no mercado US$ 7 bilhões em três leilões de linha, que representam a venda de moeda com compromisso de recompra, e outros US$ 5,76 bilhões por meio de quatro leilões à vista.
Fonte: UOL