O assassino da menina Ashila Gabriele Bonfim Mendes, de apenas 9 anos, foi condenado a 25 anos, 7 meses e 18 dias de prisão. A criança foi morta com golpes de faca em julho de 2023, no município de Juazeiro, na região Norte da Bahia.

O julgamento de Thiago Ferreira aconteceu na manhã desta quinta-feira (31), no Fórum Conselheiro Luiz Viana Filho. Durante o seu depoimento, o réu, que após a prisão confessou o crime, voltou atrás e chegou a negar ser o autor do assassinato da criança. Ele alegou que na época da prisão, foi coagido a assumir a autoria.

Apesar disto, o corpo de jurados, formado por 2 mulheres e 5 anos, concluiu que o réu é culpado. A pena deve ser cumprida em regime fechado.

A acusação foi feita pelo Ministério público, através do promotor de justiça, Raimundo Moinhos.

“Ele é ruim, ele é mal. Se sair, vai matar de novo”, destacou o promotor ao corpo de jurados.

O promotor destacou que o réu cometeu o crime por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante emboscada, impossibilitando a defesa da vítima. Através de fotos e vídeos de câmeras de segurança, a acusação mostrou todo o percurso feito pelo acusado antes do crime e apresentou todo material dos autos do processo.

“Juazeiro, façamos justiça a Ashila”, encerrou Moinhos.

Antes do início do julgamento, amigos e familiares da vítima realizaram uma manifestação em frente ao Fórum pedindo justiça para o crime brutal.

“Minha filha foi vítima de uma emboscada praticada por um assassino frio que tirou ela da porta de casa, ficou com ela por vinte minutos até assassiná-la cruelmente. Eu peço a quem tem a responsabilidade de julgar essa barbaridade que faça justiça e que ele pague pelo que fez”, disse a mãe da criança, Alessandra Bonfim, em entrevista ao Portal Preto No Branco.

Crime

Na noite do dia 11 de julho de 2023, Thiago Ferreira sequestrou a criança no bairro Jardim Flórida, em Juazeiro, no Norte da Bahia, e a matou com golpes de faca.

O corpo de Ashila foi encontrado por um caminhoneiro na manhã seguinte, em um terreno baldio no bairro João XXIII. Thiago era ex-namorado da mãe da menina, e cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento, segundo informou a Polícia Civil.

Thiago Ferreira foi preso na mesma manhã, do dia 12 de julho, em uma residência do bairro Alagadiço e, em depoimento, confessou o crime. Ele relatou que quando estava a caminho de uma lanchonete, encontrou um catador de reciclagem e pediu uma faca que estava com o mesmo. No momento da prisão do autor do crime, a PC apreendeu um capacete com marcas de sangue que estava com Thiago Ferreira.

O Ministério Público da Bahia, através do Promotor de Justiça Raimundo Moinhos, ofereceu denúncia contra Thiago Ferreira Santos, vulgo “raio X”, por homicídio qualificado. O PNB teve acesso a denúncia do MPBA.

“Thiago Ferreira Santos, o qual impelido por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante emboscada, impossibilitando a defesa da vítima, ceifou a vida da criança, mediante golpes de arma branca”.

Na denúncia, o Promotor de Justiça ainda destaca “o atacante levou a pequenina até local afastado e, sem clemência, tampouco piedade, de forma bárbara, arrebatou a breve existência terrena de Ashila, mediante inúmeros golpes de arma branca. Imperioso destacar que, em investigações realizadas, foi destampado que o indiciado não aceitava o término da relação com a genitora da ofendida, tendo empreitado o plano de assassinar a filha de sua ex-namorada, como forma de se vingar, de causar o mal na vida desta, o que efetivamente ocorreu, tendo em vista que retirou de uma mãe o seu bem mais precioso: a filha”.

Consta na denúncia ainda que durante o interrogatório, “o denunciado confessou expressamente ter matado a vítima, bem como relatou já ter sido preso, no passado, por ter esfaqueado uma ex-companheira, o que evidencia a conduta repugnante e delitiva do indiciado, tendo inclusive repetição no seu modus operandi ao utilizar armas brancas.

Ademais, testemunhas revelaram que na manhã em que foi preso em flagrante, o ofensor estava em grande estado de tranquilidade, demonstrando a ausência de qualquer remorso, sinalizando a frieza que o acomete”.

Redação PNB