Com apenas 17 anos, Maria Vitória Chista, medalhou em todos os torneios e campeonatos que participou neste ano, foram nove medalhas só em 2024. A atleta, que se tornou a mais jovem árbitra de esgrima do Paraná, começou no esporte após a escola exigir uma atividade de contraturno para ajudar em sua dislexia e TDAH.

Ela procurou as aulas gratuitas oferecidas pela Prefeitura Municipal de Curitiba, na Praça Afonso Botelho, e sua primeira opção era o boxe. Porém, só tinha vaga para esgrima e, à contragosto, ela aceitou participar até abrir uma vaga na modalidade que queria. “Foi uma escolha inesperada, mas em poucos meses, me apaixonei pela esgrima”, relata com brilho nos olhos.

Apesar de a esgrima ser considerada um esporte caro, Maria nunca deixou que isso a desmotivasse. “No começo, jogava com materiais emprestados, mas com a ajuda de amigos e do incentivo ao esporte, conseguimos comprar a maior parte dos equipamentos”, revela. Além disso, ela conseguiu o patrocínio da RP Info, empresa paranaense de software e automação para o varejo, que possibilita que ela participe de mais competições.

Após um ano de treino, Maria decidiu alçar voos mais altos e começou a competir em campeonatos nacionais. Embora os primeiros desafios tenham sido difíceis, ela se inspirou em atletas de outras partes do Brasil, o que a motivou a aumentar a sua rotina de treinos. “Eu queria aprender cada vez mais e, além das aulas oferecidas na praça, comecei a treinar em uma academia de esgrima em Curitiba”, explica.

A determinação da jovem começou a dar frutos. Em 2024, após um estágio em uma academia de São Paulo e sob a orientação do técnico Ícaro Zagrobelny, Maria intensificou seus treinos, participando de sete torneios e duas competições paranaenses, onde conquistou medalhas em todas as competições. Ela também foi premiada como a melhor atleta Juvenil e Adulto, já que sua modalidade é a cadete, e desponta no 9° lugar no Ranking Nacional.

O técnico Ícaro Zagrobelny, que tem acompanhado de perto a trajetória de Maria, ressalta seu talento e resiliência. “Não tenho palavras suficientes para descrever a mulher que é a Maria. Desde o primeiro dia que ela apareceu pra mim na Praça Afonso Botelho, já percebi que ela tinha garra e determinação para dar continuidade no meu sonho de fazer a esgrima crescer. Sou muito grato por ela seguir esse caminho ao meu lado, por ser essa tremenda atleta e auxiliar técnica. Eu a admiro demais e sei que ainda vai voar muito mais longe”, declara.

Segundo Maria, alguns pilares foram essenciais para ela chegar onde chegou: “Foi por meio das aulas gratuitas oferecidas pela prefeitura que descobri a minha vocação na esgrima. Mas depois disso, encontrar uma empresa que acredita e valoriza o esporte, como a RP Info, está sendo uma motivação a mais para eu seguir com meus sonhos”, conta.

Atualmente, Maria está concluindo o 2° grau e planeja dedicar um ano exclusivo ao treino de esgrima. “Meu sonho é cursar Educação Física e me tornar árbitra internacional de esgrima”, completa Maria.