As variações de temperatura acabam afetando a saúde. Em pelo menos cinco estados, aumentaram os casos graves de doenças respiratórias.
Quem vê a Maitê e a Bella na agitada alegria não imagina que há um mês as duas estavam internadas. A mãe não esquece o susto e os sintomas mais preocupantes, além da febre e do desânimo.
“A barriguinha subindo e descendo, o nariz fazendo barulho diferente. Aqui, essa parte na garganta você vê subindo e descendo mais rápido. E só de você escutar a palavra UTI, você já fica desesperada”, diz a empresária Lilian Lopes, mãe da Maitê e Bella.
A inflamação que chegou aos pulmões das meninas foi causada por dois vírus ao mesmo tempo: o da Covid e o sincicial, também conhecido como VSR. Segundo o boletim Infogripe da Fiocruz, eles estão entre as principais causas do aumento da síndrome respiratória aguda grave no Brasil. Segundo a pediatra Márcia Zani, o vírus abre as portas para infecções por bactérias, agravando o quadro.
“O que caracteriza a síndrome respiratória aguda grave é uma síndrome gripal que evolui com uma necessidade de suporte hospitalar ou intensivo por desconforto respiratório ou dificuldade respiratória”, explica a pediatra Márcia Zani.
De janeiro até o meio de agosto, foram registrados mais de 115 mil casos no país. As crianças e adolescentes entre 2 e 14 anos, e pessoas com mais de 65 anos são os mais afetados. Houve aumento de internações em São Paulo, Bahia, Goiás, Paraíba e Sergipe. Entre os registros com causas identificadas, a maioria foi pelo vírus sincicial, seguido pelo Influenza A e o SARS-CoV-2, que é o da Covid.
Crianças com sintomas de gripe não devem ser mandadas para a escola ou para a creche para evitar a disseminação dos vírus, que são perigosos também para os mais idosos e pessoas com saúde frágil.
“É importante tomar alguns cuidados especiais nessa época. Uso de máscaras em locais fechados. Em caso de aparecimento de sintomas, o ideal é fazer o isolamento dentro de casa para evitar transmitir esse vírus para outras pessoas. E, no caso da influenza, a gente tem a vacina. Importante que todos estejam vacinados”, afirma Tatiana Portella, pesquisadora da Fiocruz.
Tudo para tentar evitar o sufoco como o que a Lilian passou.
“Não é fácil. A gente ver umas crianças tão pequenininhas passando por isso. Ter atenção, conhecer os sintomas e, assim, escutar o médico”, diz Lilian Lopes.
Jornal Naciona Foto Agencia Brasil