Painel – Folha de S.Paulo

Passado o choque inicial da notícia da internação do presidente, deputados da base e da oposição desandaram a fazer piadas sobre o quadro de Temer. Houve, entre os entusiastas da queda do presidente, quem comemorasse o incidente, dizendo que ele aumentaria a audiência da votação. Entre os aliados, gracejos de que Temer, que tem 77 anos, teria “exagerado no Viagra”.

Temer fez questão de, nos dias que antecederam a votação da denúncia, disfarçar as dores que já sentia por conta de seu problema urológico. Aos auxiliares, dizia que, logo após a análise de seu caso pela Câmara, faria um novo check-up.

Nem a denúncia nem a doença evitaram a mais custosa vitória política de Michel Temer. Mesmo pressionado pela base e desaprovado pelo povo, ele conseguiu derrubar a última barreira imposta por Rodrigo Janot ao seu mandato. A ordem agora é afinar a sintonia com o comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dar cabo da tese de que o peemedebista será engolido pelo Congresso. “O presidente não é tonto”, resumiu o ministro Antonio Imbassahy. “Ele saberá equacionar tudo.”