Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anexaram no sistema da Justiça Federal, hoje, seis novos recibos de 2011, referentes a pagamentos de aluguel do apartamento vizinho ao de Lula em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel é alvo de um processo relacionado à Operação Lava Jato.
A defesa do ex-presidente afirmou também que possui os originais dos recibos e pediu ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, uma audiência formal para que os documentos sejam entregues.
A propriedade do apartamento faz parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), que acusa o político de receber propina da Odebrecht em decorrência de contratos entre a empresa e a Petrobras.
De acordo com a denúncia, o imóvel foi comprado por Glaucos da Costamarques, a pedido do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. Costamarques e Bumlai também são investigados na operação.
Recibos sob investigação
Para contestar a versão, a defesa de Lula já havia apresentado recibos, para comprovar que a família de Lula paga os aluguéis regularmente. As datas são de 2011 a 2015. Alguns dos recibos possuem erros de grafia semelhantes, além de datas que não constam no calendário.
O MPF, por sua vez, contesta a originalidade dos documentos. Os procuradores abriram um incidente de falsidade criminal, procedimento para investigar a origem de provas anexadas a um processo. Para eles, os recibos são ‘ideologicamente falsos”.
Ao pedir uma audiência com Moro para a entrega dos originais destes novos recibos, os advogado de Lula pediram a presença de um perito ou de serventuário habilitado que possa constatar o estado do material.