Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, fez um pronunciamento na última quinta-feira (10) indicando que seu governo aumentará gastos públicos. Com o discurso, o mercado reagiu. O dólar explodiu, os juros futuros dispararam e o Ibovespa (principal indicador da Bolsa de Valores) caiu.

O Ibovespa fechou o dia com uma queda de mais de 3,7%, na casa dos 109.350 pontos, patamar que não atingia desde 30 de setembro, antes do primeiro turno das eleições presidenciais.Já dólar subiu 4,08% e passou a ser cotado a R$ 5,40 no mercado à vista.

Entre as empresas estatais negociadas na bolsa brasileira, as ações da Petrobras recuaram 1,4% (PETR3) e 3,5% (PETR4). A do Banco do Brasil (BBAS3), que abriu a sessão em alta, perdeu 2,24%.

Segundo Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, ter controle dos gastos do governo é fundamental para a ordem e desenvolvimento do país. “Não existe algo mais desumano que não controlar a economia do seu país. Quando não fazemos o tema de casa as contas “estouram” e quem sempre paga a conta é o povo. Precisamos ter responsabilidade com nosso país e com as pessoas”, explica Luciano.

Em sua leitura, durante os mandatos de Lula que tiveram maior volatilidade, o crédito nacional não teve um dos seus melhores desempenhos. Para o empresário, isso significa que normalmente arranjos na questão fiscal tendem a causar impacto na parte mais longa da curva. Portanto, “se a situação permanecer se deteriorando, teremos sérios problemas com o crédito, por exemplo”, completa.

O volume de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas atingiu R$ 1,3 trilhão em fevereiro de 2022, com alta de 1,9% no mês e de 17,5% em relação a fevereiro de 2021. Para 2023, espera-se um crescimento de 7% no montante total de crédito utilizado no Brasil.

Luciano ainda continua e diz que o empresário médio e grande precisa conhecer alternativas de crédito, para não ficar refém de linhas de crédito nacionais, e passar a enxergar um novo horizonte de crédito nos EUA e Europa. “Sabemos do potencial do nosso país e acreditamos que podemos crescer e se tornar uma grande nação, porém o empresariado precisa buscar um novo mundo do crédito”, conclui.