Para o professor Mário Miranda a mensagem me relação ao nível da barragem de Sobradinho é de esperança. Aliada a redução da vazão de 615 m3/s o doutor em meteorologia acredita que as chuvas que devem chegar a nascente do Rio São Francisco na Serra da Canastra, em Minas Gerais, serão suficientes para livrar o fantasma do colapso hídrico na nossa regão. Em entrevista ao Nossa Voz, na manhã desta sexta-feira (08), Miranda explicou que enquanto vivenciamos climas mais amenos e chuviscos nesses últimos dias, na região Sudeste ainda não há sinais de precipitações.
“Quando acontecem essas chuvinhas no final de agosto e no mês de setembro, há uma probabilidade boa de que até o final do ano voltemos a ter chuvas razoáveis, principalmente nos meses de novembro e dezembro. O fato negativo que temos é que no Sudeste do Brasil, na cabeceira do São Francisco, que aporta mais água para o lago de Sobradinho o céu é limpo e a umidade muito baixa, não tem chovido lá”.
Segundo professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, as precipitações que ocorrerão na cabeceira do Rio São Francisco devem chegar a nossa região ainda no final deste ano. “Mas as chuvas lá começam a partir do mês de setembro e esse ano pode começar um pouco mais tarde, em outubro, mas veja que quando começar lá, será provavelmente essa chuva que vai chegar aqui em novembro e dezembro porque é caminho natural das chuvas que chegam para a gente aqui, que são as frentes frias que sobrem a zona de convergência do Atlântico, cientificamente falando, são faixas de nebulosidade que vão subindo até chegar na nossa região no final do ano e no mês de janeiro”, especulou.
Para Mário Miranda, não foi apenas a falta de chuvas que prejudicou o volume da barragem de Sobradinho e elogiou a iniciativa da Agência Nacional de Águas em reduzir a vazão da barragem. “O que eu sempre digo em relação a Sobradinho não é necessariamente a falta de chuvas na nossa região e no Sudeste. É porque, quando em 2014 que foi muito seco no Sudeste, vocês devem lembrar que lá na Serra da Cantareira, abaixo do olho dágua que inicia baixou porque foi tão pouca chuva naquele ano e continuou porque isso já vem reduzindo desde 2012. São Paulo teve todas as suas hidrelétricas sem produzir porque não chovia lá. Mas teve um problema, já tínhamos a situação de pouca água e enquanto entravam 300, 400 m3/s e saia 1300, 12000 m3/s, saia muita água pra gerar energia e a gente não tinha a reposição de água. Acredito que sim, teremos chuvas a partir do final de setembro e também em outubro , novembro e dezembro”.
por Karine Paixão