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Rafael Cavalcanti, Prefeito de Afrânio
(Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

O prefeito do município pernambucano de Afrânio, Rafael Cavalcanti, participou nesta terça-feira (28) do telejornal GRTV 1º Edição. A entrevista faz parte de uma série que pretende dialogar com os gestores dos 23 municípios da área de cobertura da emissora. O gestor falou das dificuldades enfrentadas e as expectativas para o mandato.

Izabella Freitas: Muitos desafios neste início de gestão?

Rafael Cavalcanti: Sim, muito desafio como em todos os municípios brasileiros. Em Afrânio não é diferente. Há queda de receitas e uma série de dificuldades. Mas procuramos não dar ênfase às dificuldades e nos propomos a fazer uma Afrânio melhor, enfrentando e superando estes desafios.

Izabella Freitas: O município é conhecido pela bacia leiteira, mas esta seca que a gente vem enfrentando ao longo dos cinco anos tem afetado? Como o município tem ajudado estes criadores e produtores?

Rafael Cavalcanti: Realmente a seca que assola o Sertão nordestino nos últimos seis anos tem dificultado muito o trabalho dos nossos criadores. Mas nós temos essa cultura e somos fortes nesta bacia leiteira. Temos uma cooperativa de produtores de leite, que a prefeitura vem tentando dar este apoio para fortalecer. Estamos em busca de um pasteurizador, junto ao governo do estado, para que eles possam agregar valor aos produtos derivados do leite como queijo, leite, doce e assim a gente vai superando estas dificuldades climáticas.

Izabella Freitas: Junto a isso tem a questão do rodízio de água. O município vem enfrentando a questão do rodízio. Isso tem afetado também a produção além do abastecimento para a população?

Rafael Cavalcanti: Sim. A nossa cidade é abastecida por uma adutora, que leva água do Rio São Francisco até Afrânio. Assumimos a prefeitura e encontramos uma grande dificuldade nesta área e reclamação dos moradores, que passavam mais de 20 dias sem receber água em suas casas. Imediatamente procuramos o presidente da Compesa, Humberto Tavares, que esteve em Afrânio, junto com o governador Paulo Câmara, e levamos este problema. Ele enviou os engenheiros da Compesa e hoje o problema está amenizado, mas não está resolvido em definitivo. Continuamos na luta para que possamos reforçar este sistema adutor ou mesmo conseguir uma nova adutora que, em virtude ao aumento da população nos últimos anos, esta adutora não atende mais plenamente a nossa cidade como gostaríamos.

Izabella Freitas: Agente vem acompanhando aqui no GRTV a situação difícil no município em relação ao banco. Depois da ação dos bandidos o município ficou sem o banco funcionando, o único da cidade foi alvo dos bandidos. Existe também uma negociação do município para ver se esta agência volta a funcionar e o dinheiro volta a circular no comércio?

Rafael Cavalcanti: Exatamente. Este é um dos problemas mais graves que a nossa cidade enfrenta no meu ponto de vista. Da forma que está hoje, sem agência bancária, sem o banco postal dos Correios, os afranienses estão tendo que se deslocar para fazer movimentações bancárias e, com isso, o dinheiro deixa de circular. Isso enfraquece a nossa economia e prejudica os nossos comerciantes. Já estive em Brasília na presidência do Banco do Brasil, já estive com o governador e o secretário de Defesa pleiteando o reforço na segurança. O Banco do Brasil está com receio de reabrir a agência e ser alvo novamente da investida de bandidos. É um problema que quero deixar como um legado da nossa administração. Conseguir a nossa companhia independente de Polícia Militar, localizá-la estrategicamente próximo ao Banco do Brasil para que os bandidos possam desistir de atacar nossa agência e nosso banco postal e a população possa ter mais segurança.

Izabella Freitas: E o governo do estado já sinalizou positivo em relação a esta proposta do senhor?

Rafael Cavalcanti: Sim, Já conseguimos de imediato 14 policiais para nossa cidade. Agora estamos em busca de viaturas, porque não adianta termos homens se não temos viaturas para eles se locomoverem. Estou em contato com o comandante permanente da Polícia Militar, coronel Vanildo, e, em breve, estas viaturas chegarão a Afrânio e nossa população estará mais protegida.

Izabella Freitas: O município está responsável por esta questão do saneamento. Existe já uma conversa com a Compesa, para que a Compesa, além do abastecimento, possa assumir o saneamento em Afrânio?

Rafael Cavalcanti: Sim. A Compesa detém o corpo técnico qualificado para operar no saneamento básico. Mas, antes de entregar para a Compesa, precisamos realizar o serviço de modo para que a Compesa possa operacionalizá-lo. Hoje o município de Afranio tem um convênio com a Codevasf, que teve início de vigência em 2006, os recursos já foram desembolsados, mas as gestões anteriores não deram a devida atenção a esta obra. Esta obra hoje é objeto de tomada de contas especial no Ministério da Integração e nós estamos em busca de novos recursos para concluir este saneamento para que nossa cidade possa ser beneficiada com este serviço publico.

Izabella Freitas: Prefeito, a educação em Afrânio, como está?

Rafael Cavalcanti: A educação é uma das grandes preocupações. Encontramos um cenário difícil. Afrânio patinando em posições ruins no Ideb e nossa meta é, ao final da nossa gestão, é avançar, pelo menos, 50 posições no Ideb e deixar este legado de melhoria na educação das nossas crianças e futuras gerações afranienses.