A escalada dos preços de combustíveis no Brasil preocupa o deputado Antonio Fernando (PSC). No Pequeno Expediente da última quarta (17), ele citou dados dos aumentos nos valores de venda de diesel, gasolina e etanol ao longo do ano para justificar a necessidade de a Alepe instalar uma Frente Parlamentar para debater o tema.
Em 2021, o preço da gasolina experimentou uma alta de 73,4% nas refinarias, enquanto a do diesel chegou a 65,3%. “O litro de gasolina já custa mais de 1 dólar no Brasil, sendo encontrado o valor de R$ 7,80 em Cruzeiro do Sul (AC). O preço médio desse combustível, atualmente, é de R$ 6,71 nas bombas, mas, em três Estados, é vendido a mais de R$ 7.”
O parlamentar lamentou que Pernambuco tenha uma localidade recordista nacional: o distrito de Fernando de Noronha, onde o diesel é vendido a R$ 7,75. “Nas cidades de fronteiras, vemos motoristas atravessando para comprar gasolina mais barata em outros países. Na Argentina, ela custa R$ 3,07 o litro, e no Paraguai, que não possui poços de petróleo, R$ 5”, comparou.
A responsabilidade desses aumentos, segundo ele, seria da política federal que atrela o preço dos combustíveis ao dólar a fim de “garantir os ganhos dos acionistas da Petrobras”. “Não é verdade que a culpa é dos impostos. Os Estados se reuniram e aprovaram, no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), o congelamento do chamado preço médio ponderado ao consumidor final por 90 dias. Ou seja, manterão os valores vigentes em 1º de novembro deste ano até 31 de janeiro de 2022.”
Para Antonio Fernando, “a subida assombrosa nos preços dos combustíveis vem sangrando o bolso dos brasileiros”. “Gera uma ‘bola de neve’, provocando aumento generalizado dos custos de vida, do dólar e da inflação”, analisou. “A União é sócia majoritária da Petrobras, e o povo, que é sócio da União, está pagando caro por essa condução equivocada”, prosseguiu.
Ele pediu aos colegas que assinem o requerimento formalizando a criação de uma Frente Parlamentar sobre o assunto. “O colegiado poderá debater a questão, ouvir especialistas, reunir propostas, ideias e sugestões para encaminhá-las às demais assembleias legislativas do País. As casas estaduais podem envolver as bancadas federais da Câmara dos Deputados e do Senado para essa discussão importante.”