Presidente nacional do PMDB, Romero Jucá foi ao deputado Jarbas Vasconcelos, ontem, no plenário. No sentido de quebrar barreiras, o consultou sobre o ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho no PMDB, admitindo a candidatura do ex-governador ao Senado. Em meio ao processo de definições, interlocutores de FBC relatam que o socialista já vinha tentando uma conversa com Jarbas sem sucesso. Deputados fazem uma conta de que, para Jarbas, subir em palanque com o PT, considerando que o PSB avança na reaproximação com a sigla, não seria confortável. Ontem, cresceu, na bancada pernambucana, o volume dos que apostam que, daqui para frente, um entendimento entre Fernando e Jarbas deve ser o caminho mais viável. A construção pode abrir uma lacuna no projeto da Frente Popular, que tem o PMDB, hoje, como maior inquilino do seu condomínio.
Jucá procurou também o vice-governador e presidente do PMDB-PE, Raul Henry, que encontra-se em viagem à Coreia e à China. Para hoje, há expectativa de que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, se empenhe em nova rodada de conversa com Jarbas. Na tarde de ontem, já se avolumavam, na Câmara, os rumores de que teriam avançado os planos de intervenção incensados, há dias, pela cúpula do PMDB. E a movimentação se estenderia aos casos do Paraná (Roberto Requião) e Tocantins (Kátia Abreu), cujos senadores têm agido como vozes contrárias ao governo Temer. No entanto, não se inclui, na lista, Renan Calheiros (AL), de estreita relação com Jucá. Deputados e ministros foram comunicados sobre esses últimos passos. Ontem, durante sessão conjunta do Congresso, uma cena chamou a atenção de parlamentares: Fernando Bezerra Coelho e Romero Jucá deixaram o plenário abraçados e entrosados. Fernando caminha, assim, para fora do PSB de Paulo Câmara um dia após ir à mesa com o governador, como a coluna registrou com exclusividade.
Folha PE