O governo Suzana completou cem dias. Este é geralmente o prazo que se dá para que novos gestores deixem claros os rumos de suas administrações. Foi esta a razão pela qual resolvi esperar e não tecer avaliações precipitadas, mas chegou o momento de fazer uma análise crítica do que temos visto até agora.

No caso da prefeita, o Cem (com C) poderia ser substituído pelo Sem (este mesmo, com “S”).

Na gramática, o Sem com “s” denota falta, ausência de algo ou de alguém. No governo Suzana, ele é o retrato da gestão:

– SEM NENHUMA NOVA OBRA. Até uma simples rotatória iniciada foi licitada na gestão anterior;

– SEM CONTROLE ADMINISTRATIVO. O governo até aqui aparenta uma enorme bagunça, com claro descontrole nos gastos com pessoal e ausência de definição de papéis;

– SEM CUIDAR DO BÁSICO. A cidade está suja, esburacada e não dá nem para culpar a antiga gestão. Em cem dias, este com “c”, nada foi feito para reparar a imensa buraqueira causada pelas poucas chuvas que caíram;

– SEM MORALIDADE ADMINISTRATIVA. Suzana encheu a prefeitura de enteados, esposo de enteada, cunhado, filho de cunhado, marido da filha da cunhada. Não satisfeito, o vice-prefeito também nomeou diversos parentes, namorada, esposa do motorista em cargo de primeiro escalão. É uma farra sem, com “s”, vergonha;

– SEM TESTAGEM PARA COVID-19. Desde que o governo começou, caiu assustadoramente o número de testes para a doença que tem ceifado tantas vidas. Comenta-se inclusive que diversos deles se perderam porque a administração deixou passar o prazo de validade;

– SEM NOVOS LEITOS DE UTI. Enquanto Petrolina alugou leitos no Hospital Promatre, Juazeiro não garantiu através da prefeitura nenhuma nova vaga para pacientes graves de Covid. Improvisaram salas vermelhas no Hospital de Campanha, tomando respiradores emprestados de outras cidades e mentiram para a população chamando-as de UTI. Não é verdade. Leitos de UTI precisam ter, por exemplo, hemodiálise e os daqui não têm;

– SEM APOIO AOS ARTISTAS. Essa classe é a que mais sofre na pandemia, sem poder desenvolver seu trabalho. O governo Suzana nada fez e a última vez que receberam ajuda ainda foi na gestão anterior por causa da Lei Aldir Blanc e do Projeto Arte contra a Pandemia;

– SEM APOIO AOS EMPRESÁRIOS. Nenhuma medida foi adotada para diminuir o sofrimento dos empreendedores. Os impostos continuam a ser cobrados, diferentemente do pacote anunciado por Miguel Coelho na cidade vizinha.;

– SEM NOÇÃO. Suzana já tem muito mais cargos comissionados do que no auge do governo anterior. Segundo informações veiculadas na imprensa, são mais de 1.100 nomeados num processo claro de loteamento político da prefeitura;

– SEM AULAS. Juazeiro é a única cidade da região onde as aulas não começaram. Foram vários adiamentos. Em Petrolina, o ano letivo começou no início de fevereiro. Aqui ainda estão fazendo a jornada pedagógica comente agora, em abril;

– SEM HONESTIDADE. O governo Suzana contratou, para realização da jornada pedagógica, por 180 mil reais, a empresa que era presidida até pouco tempo atrás por um cargo comissionado da atual Secretaria de Educação. Depois da denúncia, acabaram desfazendo o contrato;

– SEM POLÍTICA DE SAÚDE. Os problemas da maternidade continuam e, para piorar, a nova gestora do município retirou serviços da Promatre, juntando tudo na UPA e tornando a busca por atendimento ainda mais difícil para a população;

– SEM CUIDADO COM OS POBRES. Até hoje a prefeitura não suspendeu o corte de água, mesmo no auge da pandemia;

– SEM AÇÃO SOCIAL. Juazeiro está repleta de pessoas em situação de rua, sem abrigo e sem apoio. Já viraram memes as cenas de sexo explícito no centro da cidade praticado por essas pessoas;

Ascom