Com o novo aumento de casos da Covid-19 e o lockdown em diversas cidades do país, surge também a decisão do adiamento da volta às aulas de forma presencial. A partir das novas medidas, mesmo os pais que haviam decidido pelo ensino híbrido precisam se reorganizar em relação a estrutura educacional de seus filhos, que seguirão com aulas online, dentro de casa e de forma segura.
O atual cenário da educação no país se encontra no mesmo patamar do ano passado. Consequentemente, é normal que os alunos se sintam mais estressados, devido à falta de contato com o mundo externo. É isso que explica a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, especialista em Gestão Escolar e Educação Inclusiva. “Neste momento, é preciso que as crianças tenham um adulto responsável próximo para dar o suporte pedagógico necessário, organizar a rotina de estudos e orientar sobre os protocolos do Ministério da Saúde”, explica.
Além do apoio dos pais e responsáveis, o momento pede uma atenção maior das escolas, principalmente dos professores e pedagogos, que precisam se dedicar ainda mais ao acompanhamento do aprendizado dos alunos e criar uma ponte de comunicação com as famílias. “Tudo que acontece em sala de aula, mesmo de forma online, deve ser comunicado com antecedência aos pais, para que eles entendam e possam auxiliar nas dificuldades de seus filhos”, aponta. “A devolutiva dos professores referente às atividades para os alunos também é muito importante, pois a própria criança ou adolescente precisa saber como está seu desempenho”, reforça.
Para a especialista, além dos benefícios relacionados à segurança e comodidade, é possível ainda tirar outras vantagens da educação online. “O ensino à distância é também considerado um recurso de desenvolvimento da autonomia do aluno”, diz. “É claro que não é só transportar a atividade feita em sala de aula para o ambiente online, é preciso sejam feitas adaptações. Ainda assim, entendemos que o conteúdo vai chegar, as atividades e avaliações também. Perdemos a interação social, mas não podemos perder a adesão nas aulas e a vontade de aprender”, completa Ana Regina Caminha Braga.