Relatório de site de entretenimento adulto revela que 39% do acessos são de mulheres; atriz, videomaker e youtuber Emanuelly Raquel acredita em convergência da indústria pornografica para conteúdos que atendam aos fetiches delas
Gangbang, MILF, BBW, Fisting, Squirting… Se você nunca leu esses termos, certamente não é um consumidor da indústria pornográfica. Mas, ainda que o entretenimento adulto não seja sua preferência de diversão, vale ressaltar que esse mercado, além de ser o responsável por movimentar bilhões de dólares todos os anos, agora tem voltado a atenção ao público feminino.
No Brasil, a situação não é diferente. Uma pesquisa divulgada pelo Pornhub – um dos portais de pornografia mais populares do mundo, e que vem batendo recordes de acessos desde o começo da pandemia – o pais é o segundo no mundo com a maior proporção de acessos de mulheres no site, atrás apenas das Filipinas. No relatório divulgado em 2019, mostra que elas foram responsáveis por 39% dos acessos.
Apesar da alta porcentagem, por que o conteúdo adulto ainda é tão masculinizado? Para a atriz, videomaker e youtuber Emanuelly Raquel o tabu em volta do prazer feminino ainda impede que o mercado olhe para elas com mais atenção.
“Percebo que a indústria do pornô tem voltado os olhos ao público feminino. Prova disso é o boom de vídeos caseiros, feitos pelas próprias mulheres, que têm lotado os sites adultos. Mas ainda falta uma convergência mais intensa, uma produção que se preocupe com o prazer delas”, pontua.
Uma outra pesquisa realizada e divulgada pela revista Addictive Behaviors revela que, de 121 mulheres entrevistadas, 16% disseram assistir a conteúdos adultos mensalmente. Entre a mesma quantidade de homens, a porcentagem foi de 47%.
Para Emanuelly Raquel, que lidera o ranking de acessos em sites como PornHub, Xvideos, além de Instagram, Youtube, Twitter e Tik Tok, apesar da culpa que muitas mulheres sentem ao revelarem suas preferências sexuais, a indústria de entretenimento adulto tem sido fundamental para estimular o empoderamento feminino.
“O tabu ainda existe, mas vem diminuindo a cada ano. Acredito que pela atitude de muitas mulheres que consomem, produzem e difundem o conteúdo. Tenho certeza de que quanto mais as mulheres explorarem o próprio corpo e o seu próprio prazer, melhor será para a construção de uma sociedade menos machista e que valorize mais as mulheres”, finaliza.
Fotos: acervo pessoal e banco de imagens.
Créditos de: Divulgação / MF Press Global