A decisão do Governo de Pernambuco de restringir o funcionamento de atividades econômicas e sociais em 63 municípios, a partir desta sexta (26), foi criticada pela deputada Clarissa Tércio (PSC). Em discurso na Reunião Plenária na última quinta (25), ela questionou a determinação de que apenas serviços essenciais funcionem das 20h às 5h, até o dia 10 de março. “Queria entender o que levou o Poder Executivo a tomar a atitude, pois já está provado que isso não reduz a contaminação pelo novo coronavírus e só traz prejuízos. Que infectologista defende essas ações?”, indagou.
A parlamentar não vê sentido em penalizar os trabalhadores e empresários com medidas que teriam se mostrado inócuas. “Estou indignada e falo em nome de uma grande parcela da população que não aceita proibições como essa”, frisou.
De acordo com Clarissa Tércio, no início da pandemia, uma pesquisa realizada em Nova York apontava que 80% das pessoas contaminadas praticavam isolamento social. Ela acrescentou que a Argentina vem adotando lockdown desde o início da crise sanitária e, mesmo assim, tem tido alto número de infectados. “Além de gerar desemprego, tais ações só resultam no enfraquecimento da economia”, salientou.
A deputada também comentou a iniciativa dos secretários estaduais de Fazenda que, na semana passada, enviaram uma carta aos ministérios da Saúde e da Economia pedindo recursos para a manutenção dos leitos de UTI usados no tratamento de pacientes com Covid-19. Segundo ela, em 2020, quando o Governo Federal enviou verbas para Pernambuco, principalmente no período de campanha eleitoral, houve relaxamento das medidas restritivas.
“É só a União reduzir a verba enviada que o Governo Estadual volta a limitar a circulação. Percebo que os gestores estaduais estão querendo tirar proveito político da pandemia. Nosso Estado tem muito a agradecer à União pelo apoio no combate à Covid-19”, ressaltou Clarissa Tércio.
Por fim, a parlamentar do PSC reclamou que as novas determinações atingem em cheio as atividades religiosas. Ela apontou que o “toque de recolher” vai interferir no funcionamento de igrejas de todas as denominações. “Isso é um desrespeito à liberdade de culto, prevista na Constituição Federal. E falo em nome de todas as religiões, que estão sendo feridas. Espero que essas decisões sejam revistas.”