Por Roberto Almeida

Nós queremos falar de alegria, ao invés de tristeza, mas está difícil.

No Brasil mais de 200 mil pessoas perderam a vida, por conta da Covid, e os doentes e mortos não estão tão distantes.

Cada um de nós tem um amigo, uma amiga, um filho, um parente,  que foi embora ou levou um susto devido à doença.

O problema é mundial, mas aqui é agravado pelo desgoverno.

Presidente da República é um maníaco despreparado, mas preocupado com a reeleição do que em salvar uma única vida, quanto mais a de milhares de pessoas do Sul, Sudeste, Centro Oeste, Norte ou Nordeste.

Em meio à pandemia, logo nas primeiras horas da manhã, notícias que preocupam: A Ford vai trocar o Brasil pela Argentina. O Banco do Brasil vai fechar algumas centenas de agência e demitir cinco mil funcionários.

Isso num país que já tem em torno de 14 milhões de pessoas sem emprego.

Arranjar trabalho está cada vez mais difícil, seja em nossa querida Garanhuns, seja em São Paulo, que já foi farto em oportunidades.

As questões referentes à Ford e ao Banco do Brasil estão no plano da macroeconomia.

E aí me vêm à mente os problemas da microeconomia, o básico: o preço do arroz, do óleo de cozinha, do botijão de gás, da gasolina…

Alguns desses itens custavam metade ou até um terço nos governos criminalizados pela mídia, por setores do judiciário, empresários de visão curta e idiotas teleguiados pela elite mesquinha que não suportou pobre comprando carro, viajando de avião e comendo em restaurante.

“Não dá para aguentar empregada doméstica indo passear na Disney”, não é, ministro Paulo Guedes?

Vivi os governos militares, tenho lembranças de Geisel e Figueiredo.

Restaurada a democracia, veio Sarney, um coronel do asfalto, a loucura de Collor, alguns pontos positivos com Itamar Franco e avanços com Fernando Henrique Cardoso e o operário Lula da Silva, que nasceu em Caetés, na época um distrito de Garanhuns.

Lula cometeu crimes que os moros da vida não perdoaram até hoje: tirou milhões da miséria, elevou a renda do trabalhador, deu dignidade ao nordestino, iniciou o projeto de transposição do Rio São Francisco, ampliou os programas sociais iniciados timidamente por FHC, criou programas habitacionais, abriu universidades e institutos técnicos por todo o país, beneficiando inclusive Garanhuns e o Agreste.

Não botou os filhos nem os irmãos na política, não beneficiou sogra, nem cunhado e nunca teve envolvimento com milícias ou qualquer tipo de bandido, a não ser com traidores como Temer e Eduardo Cunha.

Mas Luiz Inácio, os filhos e até a mulher foram acusados, ele chegou a ficar preso quase dois anos, sem que conseguissem provar nada, apesar de ter sua vida vasculhada como ninguém.

Dona Marisa não aguentou tanta pressão e foi morar no céu…

Não é à toa que as pesquisas dizem que Lula foi o melhor presidente da história do Brasil.

Dos governos que vivi, Geisel, mesmo sendo um ditador, tinha compostura, pensava no país, a economia funcionava.

Sarney, apesar dos muitos erros, tentou fazer alguma coisa positiva. Nem Collor, que confiscou a poupança do povo,  se envolveu em tantos malfeitos como estamos vendo agora. Itamar preparou o terreno para Fernando Henrique brilhar e Lula surpreendeu quem não acreditava nele. Foi tão bem sucedido que elegeu um poste para sucedê-lo, alimentando ainda mais o ódio dos que não admitem um homem do povo ser bem sucedido.

Hoje vemos uma desgraça. Até nos esforçamos para ver algo de bom neste governo que aí está, mas é quase impossível.

O auxílio emergencial? Foi o Congresso que permitiu o valor de 600 reais, se dependesse do governo a esmola teria sido de 200.

Reforma da Previdência, reforma trabalhista? Beneficiou apenas o capital. Os trabalhadores literalmente se lascaram.

Não temos um governo ruim apenas. Temos um governo perverso, à frente um capitão que considera armas mais importantes do que vacinas.

Estamos sendo superados pela pequena Argentina, a Europa e os Estados Unidos perplexos com a ascensão da ignorância, o triunfo do mal no Brasil, como aconteceu no passado com a Itália, a Alemanha, o Japão.

Humorista e ator Bemvindo Siqueira perdeu a paciência, esta semana, ao falar sobre o desgoverno. Criticou o capitão e os militares que lhe dão sustentação.

Muitos seguem na mesma linha, criticam, criticam, criticam.

Jornais, revistas, sites, emissoras de rádio e TV escancaram a realidade, mas não acontece nada, não sabemos se estamos paralisados por causa do vírus ou porque somos dolentes mesmo e no fundo os poderosos preferem assim, um governo mais preocupado com o mercado do que com as necessidades da população.

Se pudessem, já tinham acabado até com o SUS, tinham privatizado tudo e “o povo que se exploda”, como dizia o general João Batista Figueiredo.

As conta de água e de luz subiram muito? Um quilo de coxão mole já passa de 36 reais? O salário mínimo teve um aumento mínimo? O arroz, o feijão, a farinha, o óleo…

As mortes pela Covid…

E daí?

As armas salvam, as vacinas matam. É o Brasil.