Você já parou para observar como as pessoas, os ambientes e as relações se transformam com o passar do tempo? Ao contemplar ao seu redor, certamente verificará que as ruas do bairro ganharam outras casas, assim como a cidade inseriu outros monumentos históricos e criou parques ou espaços de socialização.

De igual modo se deu com o uso da tecnologia, em que os objetos foram adquirindo novas funcionalidades e hoje temos o mundo ao toque de uma tela, situação essa inimaginável para muitas pessoas em décadas anteriores. Nessa perspectiva de evolução e transformações relevantes também seguiram outros setores, como a política e a própria educação.

Nesse cenário contemporâneo, a sociedade precisou se adaptar, promovendo uma junção de ações que auxiliassem a rotina de todos, e é justamente nesse movimento de modernização que a mulher é percebida como fundamental.  Anterior a esse processo, em sua maioria, elas eram educadas ao lar, a proteção e administração familiar, bem como a educação dos filhos, porém, essa condição educacional ficou para trás e, como resultado, temos uma sociedade capitalista repleta de mulheres atuantes.

A partir dessa condição social e mercadológica, a escola de educação infantil, sobretudo o atendimento em período integral, ficou em evidência, conforme o Art. 29. Da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

A escola então, é percebida pelas mães e familiares não somente como um local que obrigatoriamente a criança precisa frequentar, mas, um ambiente extensivo a própria casa e família, ou seja, a escola cuidando e auxiliando na educação integral – em tempo e aspecto – permitindo que a mãe atue em sua profissão.

Nessa perspectiva, a escola de educação infantil – creches e pré-escolas – exercem uma função social que vai além da formação das crianças. Entretanto, a sociedade precisa reconhecer a primeira etapa de escolarização de uma criança como fundamental, tanto na construção do sujeito como nos serviços prestados no âmbito social e que, diretamente, promovem interferências que vão além dos muros escolares.

Autoras:

Kellin Inocêncio é mestre em educação e professora do Centro Universitário Internacional Uninter.

Gisele Cordeiro é doutora em educação e coordenadora da área de Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.