A deputada federal Marília Arraes protestou nesta terça-feira (21) contra a ameaça de fechamento do laboratório da Maternidade Professor Bandeira Filho, no bairro de Afogados. A maternidade atende a cerca de 800 pessoas por mês, recebendo ainda toda a demanda de exames de urgência – mais de 7 mil por mês – da Policlínica Agamenon Magalhães, também em Afogados. No total, 28 funcionários, entre técnicos e analistas, atuam na unidade.

“Estou conversando todos os dias com as comunidades e com funcionários da saúde que estão revoltados com a ação de desmonte da rede de laboratórios que a Secretaria Municipal de Saúde começa a colocar em prática a partir da Maternidade Bandeira Filho. Esta atitude em plena pandemia é desumana”, afirma Marília. Na unidade, exames de detecção da COVID-19 também são realizados.

Segundo relatos de servidores municipais, recentemente a Secretaria de Saúde informou, sem dar maiores explicações, que vai fechar 02 dos quatro laboratórios de urgência, o da Maternidade Bandeira Filho e o da Policlínica Amaury Coutinho, que funciona em Campina do Barreto.

Todos os procedimentos destas duas unidades devem ser transferidos para a Maternidade Barros Lima, que ao lado da Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura, continuará funcionando. Ou seja, dos quatro laboratórios hoje em atividade, apenas 2 passarão a atender toda a demanda do Recife, Região Metropolitana e também do interior do Estado.

“Os exames são de urgência e precisam de resultados imediatos. Como pode uma gestante que precisa ser atendida rapidamente esperar que o seu exame seja coletado, levado até um laboratório distante, e só depois ter o resultado? Todo parto humanizado exige que a primeira amamentação ocorra em até duas horas. Como uma mãe que não fez pré-natal vai amamentar sem o resultado de exames que precisam ser feitos para prevenir que os bebês não sejam afetados por algum problema de saúde que ela possa ter?  É uma irresponsabilidade”, diz Marília.

O que tem causado revolta também nos funcionários da Maternidade Bandeira Filho é a justificativa de que o laboratório será transferido para funcionar em uma estrutura física melhor. Ao contrário, dizem, a maternidade tem espaços para comportar o laboratório e inclusive outros serviços.

Os funcionários da Maternidade Bandeira Filho marcaram um protesto na frente da unidade de saúde para esta quarta-feira (22), às 9h.