Por Marcelo Damasceno
Repórter de Petrolina PE.
A vida mudou pra melhor em educação e saúde, emprego, situação financeira de algumas classes sociais em Petrolina. Calma, isso é uma exceção.
Mas a vida dos caatingueiros na área de SEQUEIRO, num bioma ressequido e sem água em 5% do território petrolinense, além de outros milhares sucumbidos à própria sorte na Vila Mandacaru, Terras do Sul, Dom Avelar, Jardim Petrópolis, São Gonçalo 2, Pedro Raimundo, Pedra Linda, Vila Moco, António Cassimiro 2, NADA MUDOU. Muito distante da realidade que exige escola em tempo integral, programas do menor aprendiz, presença de governo na aceleração econômica que pede qualificação profissional. A presença de prefeitura e governo de estado, na promoção cidadã, tudo é muito escasso. O IBGE em Petrolina reúne estatísticas flagrantes de pobreza e ausência de quaisquer cooperações entre sociedade e governo, juntando iniciativa privada.
EMPREENDEDORISMO
Uma ilusão se falar em empreendedorismo, maquiando desemprego, escondendo indigentes aos milhares numa cidade que deforma a oportunidade de trabalho em portarias que nomeiam cargos de confiança até se romper o interesse do compadrio. A troca de favores que parece uma caridade, a portaria que dura enquanto parece eterna para proteger mandatos de vereador e prefeito. O mandato acaba junto com a ilusão do emprego da afilhada e da comadre. A vida segue “morte e vida Severina” nos currais eleitorais com o nome de Deus em vão nas igrejas que surgem do nada e também nas igrejas que estão com “tudooo”. A constatação tétrica que lembra uma senzala tantos meninos espalhados em sua pobreza pela falta de tudo. Em Petrolina, sim. Debaixo da maquiagem onde a distribuição de renda não vai muito longe.
A RENDA
O dinheiro circula ricamente em Petrolina entre as classes A e B. A renda per capita real rechaça essa idéia de cidade próspera para a população. Os bancos em Petrolina, da ordem privada e como agentes financeiros, BB, BNB e CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, guardam em seus fichários, como funcionam as linhas de crédito, o cooperativismo e fomentos da ordem rural e social. O resultado é extraordinário para quem se qualifica como rico e novo rico. Na mesma proporção de SERASA E SPC na realidade doméstica de uma classe C que geme suas dívidas e suas ilusões eleitorais. A cada quatro anos construindo riqueza pra seus patrões políticos, seus senhores da irrigação com conexões exteriores, onde a remessa de lucro voa para cofres silenciosos.
Petrolina que envenena seu único e grande Rio São Francisco com agrotóxicos paraguaios e chineses na proporção que arranca seus cílios e mata de inanição a derradeira caatinga como um cenário de filme vencido.