Por Lauro Jardim, VEJA
Se houvesse um ranking medindo a tensão interna nos ministérios do governo Bolsonaro, a liderança hoje estaria com o da Saúde. Não pelo motivo que seria compreensível — como a escalada no número de mortos e contaminados pela Covid-19.
Mas por causa da pressão de Jair Bolsonaro para que o ministério altere o protocolo de prescrição da cloroquina.
Bolsonaro havia dado a Nelson Teich até hoje como prazo final para a mudança. A recomendação atualmente é que a cloroquina possa ser usada somente em casos graves. Bolsonaro insiste que o protocolo passe a indicar o medicamento também no início do tratamento. Teich não concorda.
Bolsonaro já disse mais de uma vez:
— Dou liberdade aos meus ministros, mas quem manda sou eu.
Entre os assessores mais próximos de Nelson Teich a preocupação é gigantesca. Médico, Teich, que tem 28 dias no cargo, não estaria disposto a ceder aos caprichos do “Doutor Bolsonaro”.