Senador Humberto Costa concedeu entrevista à Rádio Jornal nesta quinta-feira (5) – Foto: Igo Bione/JC Imagem

O senador Humberto Costa (PT), em entrevista nesta quinta-feira (5) ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, comentou as recentes trocas de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O petista acredita ainda que Bolsonaro não completa os quatro anos de mandato.

Segundo Humberto, o presidente busca se manter como a única força no polo político da direita.  “Eu não vejo hipótese de ter uma polarização que leve Doria e Bolsonaro para o segundo turno. Vai ter um candidato de direita, que pode ser Bolsonaro, Doria ou qualquer um que venha aparecer, e vai ter um candidato de centro, ou de centro-esquerda, que vai fazer essa polarização. O que Bolsonaro está fazendo é tentar impedir que Doria cresça nessa área que ele está reinando sozinho”, apontou.

Ainda sobre o Bolsonaro, Humberto acredita que o Presidente da República não conclui o mandato. “Mais cedo ou mais tarde, ele vai ser afastado, via um impeachment, ou pelo cancelamento da chapa eleitoral, ou vai renunciar. O Brasil não aguenta quatro anos de Bolsonaro”, disse.

Entretanto, o senador acrescenta que o PT não tem interesse em participar de um novo impeachment. “Tudo que nós queremos é que Bolsonaro chegue até 2022. Qualquer outra coisa fora disso não é vantajosa. Ele só deve ser afastado se houver, de fato, crime de responsabilidade”, ponderou.

Eleições municipais 2020

Questionado sobre o futuro do PT nas eleições municipais de 2020, Humberto destaca que a sigla está avaliando qual o melhor caminho a seguir. “O PT tem tempo para decidir essa questão. Vamos definir isso no ano que vem. O PT tem legitimidade para disputar a eleição municipal. Nós já governamos a cidade três vezes, temos nomes, mas também não será o fim do mundo se o nosso entendimento for de fazer uma aliança com outros partidos”, afirmou.

Contudo, o petista reforça que é preciso manter intacta a aliança de centro-esquerda que foi construída em 2018, junto ao PSB, na eleição que levou Paulo Câmara à reeleição do Governo Estadual. “A única coisa que acho inadequada é que, por conta das eleições municipais, nós rompermos uma aliança que já não é mais estadual, é uma aliança nacional. Se for para ter uma candidatura própria, até isso tem que ser resultado de um acordo e um entendimento para não romper essa aliança de centro-esquerda”, avaliou o senador.