A possibilidade de instalação de uma usina nuclear em Itacuruba (Sertão de Itaparica) ganhou a defesa do deputado Alberto Feitosa (SD), na Reunião Plenária desta quarta (4). O empreendimento está previsto em estudo concluído este ano pela Eletronuclear, estatal brasileira do setor, e foi anunciado no World Nuclear Spotlight, evento que reuniu representantes da indústria nuclear no Rio de Janeiro em abril. Para o parlamentar, o desconhecimento provoca reações negativas e a Alepe deve assumir o papel de esclarecer as dúvidas sobre o assunto.
“Esse debate precisa, antes de tudo, considerar exemplos internacionais, porque 11% da energia do mundo é proveniente de matriz nuclear. Os Estados Unidos possuem 110 empreendimentos do tipo; a França, 58; e a China tem 45 usinas instaladas e mais 15 em construção”, citou. Feitosa informou que uma usina nuclear pode funcionar por cem anos e tem 100% da produção aproveitada, além de ser a fonte de energia mais segura que existe.
O deputado também ressaltou que a instalação do equipamento em Itacuruba vai mudar toda a face geopolítica e social do Sertão. “Precisamos tomar as providências para viabilizar a vinda desse empreendimento para o Estado, porque outras unidades federativas já demonstram interesse”, alertou. Ele anunciou que a Eletronuclear fez um convite para que uma comitiva de deputados conheça o funcionamento das usinas localizadas em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Ainda informou que deverá ser feita audiência pública sobre o tema na Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa.
Feitosa apresentou duas proposições relacionadas ao assunto. “Fiz um requerimento ao Governo do Estado sugerindo que, após a implantação da usina, sejam gerados royalties com o objetivo de melhorar a infraestrutura de Itacuruba e que se crie um fundo para cada morador visando o uso na educação, na saúde e na Previdência. Também vou elaborar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para permitir a instalação da usina no Estado”, concluiu.
Em aparte, Antonio Fernando (PSC) afirmou “que a vinda da usina pode alavancar o desenvolvimento do Estado e que é preciso esclarecer a população sobre as vantagens dessa matriz energética”. Fabíola Cabral (PP) lembrou que o assunto polêmico, mas “que é necessário ouvir os argumentos de quem entende para dar publicidade ao tema”.
Por sua vez, Antonio Coelho (DEM) salientou que o empreendimento vai gerar renda e postos de trabalho em Pernambuco. “Serão 14 mil empregos na fase de implantação e 5 mil depois que a usina estiver pronta”, frisou. Para Diogo Moraes (PSB), o debate é muito importante. “Precisamos ter uma definição sobre a questão”, comentou o socialista.