CONTROLE – “Tanto a idade quanto fatores de risco associados ao estilo de vida afetam os indicadores de morbidade e mortalidade”, disse. Foto: Roberto Soares

O aumento no número dos casos de câncer no Brasil, bem como da mortalidade em consequência dessa doença, preocupa a deputada Dulcicleide Amorim (PT). Em pronunciamento na Reunião Plenária desta terça (13), a parlamentar citou dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) segundo os quais o País registrou quase 600 mil ocorrências em 2018 e mais de 200 mil óbitos em 2017. Na tribuna, ela defendeu políticas públicas específicas para a enfermidade.

“É a segunda causa de morte no País, atrás apenas das doenças cardiovasculares, de acordo com dados do Datasus”, informou a petista. “Ações que visam ao controle e à redução do impacto do câncer sobre a população são de grande interesse da saúde pública, pois buscam incentivar a sociedade a procurar hábitos mais saudáveis. Tanto a idade quanto fatores de risco associados ao estilo de vida afetam os indicadores de morbidade e mortalidade.”

Como exemplo de medidas para barrar o crescimento dos índices, Dulcicleide mencionou o termo de cooperação firmado entre o Governo do Estado e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em julho deste ano, a fim de ampliar a cobertura vacinal contra o HPV, vírus que prejudica o colo uterino. “Na pesquisa realizada pelo Inca, Pernambuco aparece com 121.630 óbitos de 1997 a 2016, representando 16% dos casos em todo o País”, registrou.

A deputada ressaltou o aumento das neoplasias malignas entre a população idosa, mas pontuou o crescimento entre pessoas com menos de 50 anos nas últimas duas décadas. A alta na mortalidade entre as mulheres também chama a atenção. “Os resultados desse estudo evidenciam uma necessidade de estabelecermos políticas públicas de prevenção e controle de câncer no Brasil”, alertou.

Dulcicleide ainda fez críticas à proposta de Reforma da Previdência do Governo Federal. “Quando as pessoas chegarem na idade de se aposentar, vão receber R$ 400 para se manter. O risco de morte delas será bem maior”, lamentou. “Além disso, as políticas públicas para a saúde estão sendo cada vez mais reduzidas. Outro fator importante é o da educação: para ter um estilo de vida adequado, preciso primeiro ter conhecimento e saber o que é melhor para mim.”

Em aparte, o deputado João Paulo (PCdoB) reforçou o comentário. “Queria parabenizar pela precisão e pelo conteúdo. Mas de Bolsonaro a gente não pode exigir nem bom senso nem sensibilidade. É lamentável ver a situação do povo brasileiro hoje e a total insensibilidade desse governante para as questões estratégicas e o sofrimento do nosso povo”, afirmou.