Por 379 votos a favor e 131 contra, Câmara aprova texto-base da Previdência em primeira votação
Em pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, o líder do PSB, deputado Tadeu Alencar (PE), afirmou que o dia de ontem ficará conhecido como “o dia do enterro da Previdência Social no Brasil” e conclamou os parlamentares a não aprovarem o texto da proposta, que ele colocou como responsável pelo aumento das desigualdades e do fosso entre ricos e pobres no país. Para o parlamentar, o povo trabalhador não tem mais como fazer sacrifícios, muito menos continuar assistindo a elite não ser ameaçada em seus privilégios.
“Este dia de hoje vai ficar marcado como o do enterro da Previdência Social no Brasil, que redistribuindo recursos, é responsável, em 30 anos, por diminuir as desigualdades”, afirmou o socialista, acrescentando: “Ninguém aqui apontou quais são os privilégios que (o governo) diz combater. E nós sabemos perfeitamente quais são os privilégios de um modelo econômico que sacrifica a população mais pobre, que atinge cruelmente também a classe média, mas que não toca num fio de cabelo dos interesses da elite brasileira. Não são os pobres que têm mais qualquer sacrifício a oferecer. Os pobres precisam de trabalho, de oportunidades, de educação de qualidade”.
Tadeu lembrou que o seu partido, o PSB, que fechou questão contra a reforma nos moldes propostos pelo governo e sua base aliada, tem uma história marcada pela defesa do povo trabalhador e que não poderia ter outra posição que não fosse contrária a essa proposta. “O PSB tem mais de 70 anos de história e sempre defendeu o combate às desigualdades no Brasil. O nosso partido defende, sim, ajustes na previdência, como ocorreram em governos de vários perfis, como os de FHC, Lula e Dilma. Mas os ajustes que nós defendemos devem ser proporcionais à capacidade de oferecer sacrifícios ao Brasil, segundo a sua capacidade econômica”, afirmou.
O deputado disse que a oposição tem a responsabilidade histórica de denunciar o momento que o País atravessa e a intenção do governo de agravá-lo com uma reforma que não atende aos interesses da população. “Temos que fazer uma denúncia política sobre os efeitos dramáticos de um país que já tem desigualdades enormes, que tem mais de 13 milhões de desempregados, que contabiliza mais de 30 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Essa que deveria ser a pauta do Congresso Nacional”, apontou.
Tadeu Alencar também considerou que o governo agride a população mais pobre e, em particular, os servidores públicos, ao colocá-los como os grandes vilões do País ao longo da discussão sobre os problemas da Previdência: “Não há políticas públicas que possam ser desenvolvidas se não for pelos servidores”, concluiu.