Representantes das polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal fizeram, na manhã desta terça-feira (25/06), um protesto contra a Reforma da Previdência em frente à Superintendência Regional da Polícia Federal, em São Paulo. A mobilização aconteceu em pelo menos outros onze estados brasileiros. Profissionais de várias carreiras uniram forças para protestar contra o texto da PEC 06/2019 que retira uma série de direitos dos policiais não-militares. “Estão propondo um tratamento injusto e desigual aos policiais não-militares, eliminando a pensão por morte digna para seus dependentes, sem qualquer regra de transição, sem diferenciação de idade por gênero para as mulheres policiais, além de criar um tratamento péssimo para os policiais mais novos”, afirma a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo (SINDPF SP) e diretora regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Tania Prado.
Com cartazes e faixas, cerca de 100 policiais falaram sobre a necessidade de preservar os direitos adquiridos ao longo dos anos. E mostraram o quanto o texto da Reforma deixa os profissionais da segurança pública sem a mínima assistência. “Os policiais arriscam a vida diariamente para garantir a segurança da população. Queremos uma aposentadoria justa e condizente com a atividade de risco exercida pelos policiais. Não podemos permitir que medidas como essa desvalorizem e desrespeitem o policial”, afirma a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP), Raquel Kobashi Gallinati.
O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINPCRESP), Eduardo Becker, destaca que a nova reforma vai envelhecer a polícia e isso pode prejudicar o atendimento à população. “As novas regras impostas pelo texto da Reforma da Previdência, mais que prejudicar o policial e sua família, o obrigando a trabalhar até os 70 anos, colocam em risco também a segurança pública porque envelhecem cada vez mais as forças de segurança. Um policial de 70 anos não tem mais condições físicas de exercer suas funções de forma satisfatória”, avalia.
Mobilização nacional
A manifestação foi organizada pela União dos Policiais do Brasil (UPB) e reuniu representantes de várias carreiras policiais e membros de entidades de classe como o SINPCRESP; o SINDPESP; SINDPF SP; a ADPF; a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP); a Associação Nacional dos Escrivães de Polícia Federal (ANEPF); o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de São Paulo (SINPRF SP), a Associação Nacional dos Servidores da Polícia Federal (ANSEF SP) e o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal no Estado de São Paulo (SINDPOLF SP).
O vice-presidente do SINDPESP, Gilberto de Castro Ferreira, também esteve presente no evento e destacou a importância da união de todas carreiras policiais para cobrar uma aposentadoria justa. “Do jeito que está hoje, o texto da Reforma da Previdência acaba com os direitos dos policiais conquistados ao longo dos anos. Estamos falando de profissionais que arriscam a vida diariamente e que não têm os seus direitos reconhecidos no texto da Nova Reforma. A mobilização é necessária para que a sociedade saiba o que está sendo feito com quem tem o dever de garantir a ordem e a segurança pública no nosso país”, argumenta.
O ato contou ainda com a presença do presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP), Gustavo Mesquita, e do diretor do SINDPESP, Emiliano da Silva Chaves Neto.
Além de São Paulo, os policiais fizeram uma série de protestos em vários estados brasileiros. Os profissionais organizaram protestos em Brasília, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe, Santa Catarina, Paraná, Acre e Rio Grande do Sul.
AKM COMUNICAÇÃO COM SEGURANÇA