Como profissionais do mundo analógico e as instituições de ensino precisam se atualizar para atender as mudanças exigidas pelo mercado e pelos jovens de hoje

Por Eduardo Calbucci

O século XXI começou e as mudanças nele originadas estão cada vez mais impactantes. A tecnologia de 10 anos atrás não é a mesma de hoje, e a de hoje não será a mesma de daqui a 10 anos. Se adaptar a isso e à quantidade de informações disponíveis com esse avanço nos faz pensar: como será a escola do futuro e qual a função do professor nessa nova realidade?

Inicialmente, é preciso dizer que, com o avanço rápido da tecnologia, os professores não podem entrar em uma competição com buscadores digitais e bancos de dados. Essas plataformas terão muito mais informações do que nós, educadores, somos capazes de transmitir em sala de aula. Por isso, nosso dever é fazer com que essas informações sejam transformadas em conhecimento e sabedoria, para que elas se tornem algo relevante na vida dos alunos. É um equívoco pensar que o acesso fácil à informação faz a vida ficar mais tranquila, pois lidar com tudo isso requer espécie de curadoria, para que os alunos sejam capazes de escolher o que lhes é mais ou menos útil.

Nós estamos vivendo uma época em que quase todas as pessoas serão obrigadas a se reinventar ao longo da vida. Quem mais vai sentir essas transformações é o jovem que está na escola hoje. Para que essa transição seja menos difícil, precisamos de um ambiente escolar que prepare as crianças para terem flexibilidade, resiliência e capacidade de resolver conflitos. A notícia boa é que essas competências podem ser desenvolvidas por meio da aprendizagem socioemocional.

Das 10 competências da Base Nacional Comum Curricular, cinco envolvem, em algum grau, as habilidades socioemocionais. As instituições de ensino precisam se preparar para isso. Nosso maior desafio é formar continuamente nossos educadores, que tivemos uma formação analógica. É ajustar um avião que está voando e não pode pousar. É ensinar coisas que nós não aprendemos. Tudo isso exige um esforço muito grande.

O mundo muda tão rapidamente, que a única coisa para a qual nós devemos nos preparar é para a mudança.

Eduardo Calbucci é educador e um dos fundadores do Programa Semente