O ataque ocorrido na manhã desta quarta (13), na cidade de Suzano (SP), onde um adolescente de 17 anos e um jovem de 25 mataram oito pessoas e em seguida cometeram suicídio, foi comentado pelos parlamentares da Alepe na Reunião Plenária. Em discurso, o deputado Lucas Ramos (PSB) propôs uma reflexão sobre a regulamentação do acesso e do uso de armas no Brasil. Houve minuto de silêncio por solicitação de Álvaro Porto (PTB).

Sete das vítimas foram assassinadas na Escola Raul Brasil, da qual os responsáveis pelos crimes foram estudantes. “Esse tipo de tragédia, infelizmente, está deixando de ser algo raro no nosso País. Isso joga luz sobre o tema da flexibilização da posse e do porte de armas – algo a que nós somos frontalmente contrários”, posicionou-se Ramos.

“Não será colocando uma arma na casa e na cintura dos cidadãos brasileiros que teremos a paz que merecemos. Medidas que buscam facilitar o acesso ao revólveres e espingardas, possibilitando a criação de verdadeiros arsenais caseiros, vão na contramão do precisamos”, avaliou o socialista.

Lucas Ramos criticou, ainda, declaração do senador Major Olímpío (PSL-SP) de que a tragédia poderia ser evitada se os professores da escola estivessem armados. “Qual  a mãe ou o pai deixaria, com tranquilidade, seu filho na escola sabendo que o corpo docente estaria armado? Ou que os próprios colegas de sala de aula estivessem portando uma arma?”, considerou.

A posição contra a flexibilização do porte de armas foi apoiada em apartes. Para João Paulo (PCdoB), “está se criando uma cultura de armar a população, enquanto falta a de valorização da vida. Isso dificulta o controle da violência”. Professor Paulo Dutra (PSB) observou “que é necessário discutir, porque esse tipo de ataque ocorre justamente na escola, que é a instituição responsável pela construção de novos valores para os jovens”.

Isaltino Nascimento (PSB) ressaltou “que não se pode afastar a política desse ato”. “Um dos símbolos da campanha de Bolsonaro foi justamente imitar uma arma com as mãos. Espero que esse episódio possa fazer as pessoas que defendem o armamento perceberem as consequências dessa política”, pontuou.

Pastor Cleiton Collins (PP), que também é contra políticas que facilitem o armamento da população, avaliou que “as famílias precisam de ajuda, pois estamos vendo uma geração que não quer mais viver nos princípios que valorizávamos”. Já Dulcicleide Amorim (PT) pediu por mais medidas de segurança nas escolas para evitar a violência. “Mesmo tendo acontecido em outro Estado, isso pode estimular outras pessoas a repetirem esse tipo de ato”, observou.