Um rascunho da Reforma da Previdência que veio a público nesta semana rendeu pronunciamento do deputado Joel da Harpa (PP) durante a Reunião Plenária desta quarta (6). Para ele, a proposta, que foi divulgada pela imprensa e inclui os servidores públicos militares nas novas regras para a aposentadoria, “seria uma traição do presidente Jair Bolsonaro”. O parlamentar se declarou “radicalmente contra” essa mudança.

Joel da Harpa defendeu que os profissionais da segurança pública, sobretudo os policiais e bombeiros militares, em razão das más condições de trabalho, tenham critérios diferenciados para aposentadoria. Ele criticou declarações do vice-presidente Hamilton Mourão no sentido de que os militares deveriam servir de exemplo na Reforma da Previdência. “É fácil para um general trabalhar por mais anos, mas um praça da Polícia Militar que completa 30 anos de serviço está completamente esgotado, com vários problemas de saúde e, principalmente, com transtornos psicológicos”, argumentou.

O deputado disse que irá procurar os parlamentares federais pernambucanos para pedir que se oponham à proposta. Ele acrescentou já haver descontentamento entre os congressistas ligados às categorias de servidores da segurança pública, mesmo aqueles que são partidários do presidente. “A segurança pública e a Previdência do funcionalismo é uma responsabilidade dos Estados, e o Governo Federal quer chamar para si uma agenda que não é dele. Convoco todos os policiais de Pernambuco a se colocarem radicalmente contra essa reforma.”

Joel da Harpa frisou que sempre esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro e que foi “um dos precursores”, em Pernambuco, do apoio à candidatura do então deputado federal pelo Rio de Janeiro – tendo inclusive realizado evento na Alepe com a presença dele. “Continuo apoiando o nosso presidente, desde que não mude o seu discurso nem as opiniões pregadas na campanha eleitoral e durante toda a sua caminhada política”, ressaltou.