Presidente também permanece em jejum

Gustavo Schmitt e Cleide Carvalho – O Globo

Após apresentar quadro de náuseas e vômito , o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve que usar uma sonda nasogástrica para drenar líquido acumulado no estômago. Bolsonaro foi submetido ao procedimento na tarde deste sábado, quinto dia após a cirurgia para retirada da bolsa de colostomia.

O presidente permanece internado, sem dor ou febre, e com exames normais, segundo informação do último boletim médico divulgado pelo hospital Albert Einstein.

No boletim médico, o hospital informa que Bolsonaro continua com sonda nasogástrica devido ao episódio de náuseas e vômito. Segue também em jejum e com nutrição parenteral exclusiva.

Quinto dia é importante

Especialistas afirmam que esse tipo de sintoma é normal após uma cirurgia do aparelho digestivo, como a que Bolsonaro foi submetido. É causado pela falta de movimento peristálticos do intestino ( contrações do intestino) e é chamado de íleo paralítico. A sonda é usada para esvaziar o estômago e dar mais tempo para que o intestino se recupere e volte a ter movimentos.

Procurado pelo GLOBO, o coloproctologista Marcos Hyppolito afirmou que o período entre o quinto e o sétimo dia deste tipo de cirurgia, de religamento de alças de intestino, é muito importante na recuperação.

– É quanto os médicos podem saber se a junção das partes do intestino deu certo. Os movimentos peristálticos do intestino podem ser auscultados pelos médicos – explica.

Hyppolito afirma que, caso seja necessário, os médicos costumam pedir exame de tomografia do abdômen e da pelve para verificar a junção das alças do intestino e se há sub oclusão. O exame pode detectar se houve deiscência (abertura da sutura) ou aderências, que podem causar distensão abdominal e acúmulo da alimentação, que podem resultar em dor abdominal,  febre e vômitos.