A necessidade de participação de representantes nordestinos na nova equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro, defendida pelo deputado federal Fernando Monteiro, do Partido Progressista, repercute como uma demanda levantada por alguns, mas ainda não assumida explicitamente pela grande maioria neste período de transição política. Nas redes, o parlamentar chegou a levantar a hashtag “#EONordestePresidente”.

Fernando Monteiro é taxativo quanto à necessidade da pluralidade nos ministérios. Segundo o parlamentar, a ausência de representatividade do Nordeste na nova equipe do primeiro escalão compromete o andamento de projetos importantes para a Região. “Nosso País é gigante, com realidades territoriais diferentes. O Nordeste, até o momento, não tem nenhum nome que conheça de perto as suas demandas e necessidades urgentes. Isto precisa ser considerado pelo novo presidente em sua futura equipe”.

De acordo com o deputado federal, o novo governo precisa incluir nas suas pautas a importância de se investir em projetos como a Transnordestina. Fernando Monteiro destaca ainda que a região do São Francisco é capaz de gerar muito mais empregos que Suape, empreendimento de importância inquestionável para Pernambuco e para o Nordeste, por exemplo. “Só o Polo Gesseiro do Araripe, que produz mais de 90% do gesso consumido no Brasil, emprega direta e indiretamente cerca de 30 mil pessoas, mas essa produção, quando chega ao mercado do Sudeste, tem custo maior que o gesso vindo da Espanha. Isso é problema de logística. Por isso, não adianta pensar no Brasil sem focar na vocação de cada região”. O parlamentar ainda compara: “O Nordeste, juntando todos os estados, chega ao PIB do Chile. Isso precisa ser considerado”.

Fernando Monteiro é incisivo ao afirmar que o governo precisa entender e se adaptar ao tamanho do Brasil para que as coisas realmente funcionem na linha “Mais Brasil e menos Brasília”, defendida em campanha pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. “É preciso que todos sejam ouvidos, trabalhando juntos pelo País como um todo. Acredito que isso ainda acontecerá”, conclui.