Do Blog do Jamildo
Eleita deputada federal com a segunda maior votação em Pernambuco, a vereadora do Recife Marília Arraes (PT) afirmou nesta quarta-feira (10), em entrevista no programa Resenha Política, na TVJC, que vai focar agora na eleição de Fernando Haddad (PT) à presidência da República. “Agora é derrotar o fascismo e ocupar um espaço que fortaleça pautas progressistas”, disse, sobre Jair Bolsonaro (PSL), adversário do petista. A parlamentar criticou as declarações do deputado do PSL contra mulheres, gays e negros.
“Não entendo como uma mulher vota em Bolsonaro. Como você vai votar em alguém que diz que você tem que ser submissa ao homem, tem que ganhar menos mesmo exercendo as mesmas funções?”, questionou. “Essas coisas absurdas que ele fala”.
A deputada federal eleita afirmou que “simplesmente fecham os olhos para esse debate” e que não vê esperança em Bolsonaro. Para ela, não foram apresentadas propostas pelo candidato.
“Votar em Haddad, hoje, não é questão de ser petista, é defender a democracia”, afirmou.
“O que fez esse candidato (Bolsonaro) ter o resultado que teve foi porque não fez campanha. Iria sair alguma dessas pérolas que ele fala e são o fim para ele, contra mulheres, negros, homossexuais”.
Paulo Câmara e Bolsonaro
Apesar de o PT estar na base do governador Paulo Câmara (PSB), reeleito nesse domingo (7), Marília Arraes manteve as críticas ao socialista. Considerando uma possível eleição de Bolsonaro, enfatizando que não deseja que esse seja o resultado no dia 28, afirmou que o governador “não se sustenta numa oposição firme”. “Será que vai se sustentar?”, questionou.
“Temer privou o Estado, mas porque a política dele, como a de Bolsonaro, é deixar o Nordeste com as migalhas que caem da mesa do Sul e do Sudeste”, afirmou.
Marília Arraes fez pré-campanha para o governo de Pernambuco, mas teve a pré-candidatura rifada por causa da aliança entre PT e PSB no Estado.
Participação feminina na política
Marília Arraes é a quarta mulher eleita por Pernambuco para a Câmara dos Deputados – antes dela, a Luciana Santos, eleita vice-governadora de Paulo Câmara, a tia Ana Arraes e a ex-constituinte Cristina Tavares. Apesar disso, nacionalmente, cresceu em 51% o número de deputadas federais eleitas e agora são 77 dos 513 deputados.
“Houve uma ampliação da bancada de mulheres na Câmara, mas é uma barreira que a gente tem que transpor. Faz dez anos que fui eleita vereadora e quando eu cheguei à Câmara não tinha banheiro feminino. Na história do Recife, tivemos 13 mulheres eleitas vereadoras”, relatou.
“É uma desigualdade impressionante. Mas o voto não vem por osmose, é preciso de informação, de fazer campanha, não de candidatas só para cumprir a cota dos 30%. Isso a gente está conseguindo transpor aos poucos”.