Blog do Camarotti

A estratégia deflagrada, ontem, pelo candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), de retomar enfrentamento direto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, surpreendeu os adversários que tentavam quebrar a polarização com o PT.

Ao perceber que candidatos como Geraldo Alckmin tentavam tirar dele a bandeira do antipetismo, Bolsonaro, ao invés de rivalizar com Fernando Haddad, candidato do PT ao Palácio do Planalto, restabeleceu confronto com a principal liderança do partido, o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba. Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP).

Em transmissão ao vivo ontem, Bolsonaro levantou suspeita sobre o processo eleitoral e falou que a vitória de Fernando Haddad é um plano para tirar Lula da prisão.

As campanhas, de forma reservada – de Geraldo Alckmin e Ciro Gomes – reconhecem que a fala de Bolsonaro restabeleceu o protagonismo da polarização entre o candidato do PSL e Lula.

Nos últimos dias, a campanha de Alckmin tentava quebrar a polarização para que o tucano assumisse discurso antipetista, inclusive com críticas ao governo Dilma Rousseff.

Ao mesmo tempo, a campanha de Ciro Gomes também havia iniciado críticas ao governo Dilma Rousseff em uma tentativa de colar Haddad na imagem da ex-presidente. Ao abrir artilharia contra Lula, Bolsonaro conseguiu neutralizar a estratégia de tentar quebrar a polarização.