Deputados repercutiram, na Reunião Plenária desta tarde, o incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda (3). Odacy Amorim (PT) pediu mais atenção de governantes e legisladores para instituições museológicas, enquanto Teresa Leitão (PT) relacionou o fato à “precarização dos serviços públicos, especialmente em relação à ciência e à cultura”. Já Romário Dias (PSD) considerou a tragédia “um dos maiores crimes da história do Brasil”.
Fundado em 1818 por Dom João VI, o Museu Nacional – um dos cinco maiores do mundo – era a instituição científica mais antiga do País. Ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reunia um acervo com mais de 20 milhões de itens, abrangendo áreas como Zoologia, Arqueologia, Etnologia, Geologia, Paleontologia e Antropologia Biológica. O patrimônio incluía a maior coleção de múmias egípcias da América Latina, fósseis de dinossauro e Luzia, o esqueleto humano mais antigo das Américas. No prédio, foi assinada a Independência do Brasil, em 1822, e se realizou a primeira Assembleia Constituinte da República, entre 1890-91.
Para Odacy Amorim, o incêndio “destruiu a memória de séculos da história brasileira”. Ele fez um apelo ao governador Paulo Câmara, ao Congresso Nacional e demais governantes para que cuidem dessas instituições. “Eu me solidarizo com todos que gostam e cuidam da cultura e têm uma preocupação com a questão dos museus e da nossa história. É preciso aprender essa lição amarga, para que não se repita”, assinalou o deputado do PT, que também comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na condição de presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, Teresa Leitão leu nota da Secretaria Nacional de Cultura do PT sobre o incêndio. O documento cita dificuldades anteriores geradas a partir da falta de recursos para a manutenção do museu, que teriam sido agravadas com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição n° 55/2016, a chamada PEC do Teto dos Gastos Públicos. “Em um País onde se congela por 20 anos os investimentos em saúde, educação e cultura, até o passado se transforma em cinzas”, agregou ela, que leu texto de Rui da Cruz Júnior, servidor do Museu Nacional.
Romário Dias também lamentou incêndio. “É uma coisa irreparável. Por mais que se tente reconstruir, o acervo foi destruído. Temos que acompanhar de perto e pedir a todos brasileiros e não brasileiros que tenham qualquer documento que trata da história deste País para que encaminhem às bibliotecas dos Estados para tentarmos refazer parte do acervo”, sugeriu. Em discurso no Grande Expediente, o parlamentar ainda registrou eventos políticos promovidos no Interior do Estado durante o fim de semana.