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RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o senador Armando Monteiro (PTB) reeditam nestas eleições a disputa que travaram pelo governo pernambucano em 2014. Há uma diferença: o PT, após acordo nacional com o PSB que retirou a vereadora petista Marília Arraes da corrida, está, agora, no palanque governista.

Na eleição anterior, Monteiro teve o apoio formal do PT e do ex-presidente Lula.

Em Pernambuco, estado em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu o terceiro maior percentual de votos do Brasil em 2014, os dois principais candidatos duelam de maneira acirrada para mostrar ao eleitor quem é “mais amigo de Lula”.

Por outro lado, tentam ao máximo se distanciar de qualquer fato que os liguem ao presidente Michel Temer (MDB).

O governador repete em discursos e em entrevistas que Armando Monteiro representa “a turma de Temer” porque conta, na chapa majoritária, com dois ex-ministros do emedebista: Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB). Os dois são candidatos a senador.

Para colar a imagem de Monteiro à de Temer, o PSB enfatiza também o voto do senador favorável à reforma trabalhista.

No contra-ataque, o petebista lembra que foi ministro da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e, diferente de Paulo Câmara, não apoiou o impeachment da petista e, consequentemente, a entrada de Temer na Presidência.

Em peça publicitária que circula nas redes sociais, a coligação do senador mostra que Paulo Câmara apoiou Aécio Neves (PSDB) nas eleições de 2014.

Os aliados de Monteiro também espalham um vídeo antigo em que o ex-presidente Lula diz que “o Paulo Câmara é o resultado daquilo que eu não acredito.”

Em entrevista a uma rádio local, o governador de Pernambuco afirmou que, “num contexto histórico”, se arrepende de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma. Declarou também que Pernambuco é retaliado por Temer. O PSB foi o quinto maior partido da base de sustentação do emedebista e abandonou o governo federal em maio do ano passado.

Armando tem utilizado em sua propaganda que circula na internet imagens de Lula, Eduardo e Marília e até uma estrela, numa alusão ao PT.

Marília Arraes, neta de Miguel Arraes e prima de Eduardo Campos, rifada da disputa eleitoral, ainda não se posicionou publicamente sobre quem vai apoiar para o Governo de Pernambuco.

É certo que não subirá nem no palanque de Armando Monteiro e nem no de Paulo Câmara.

O ex-deputado federal e advogado Maurício Rands (Pros), que já foi do PT e do PSB, lançou sua candidatura e tenta atrair Marília.

Há ainda na disputa eleitoral pernambucana o médico Júlio Lossio (Rede), a advogada Danielle Portela (PSOL), a sanitarista Ana Patrícia Alves (PCO) e a professora do ensino fundamental Simone Fontana (PSTU).