O Globo
A partir desta terça-feira (14), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá uma troca de comando. Deixa a presidência o ministro Luiz Fux. Assume a ministra Rosa Weber. A mudança não vai alterar a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rosa Weber votou pela constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível o candidato quer tiver sido condenado por órgão colegiado em segunda instância.
Segundo integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE, a diferença entre os dois é que Rosa Weber é mais formalista e deve seguir os trâmites regulamentares determinados pela Justiça Eleitoral. Fux vinha defendendo que o petista poderia ter sua candidatura cassada imediatamente, logo após o registro. Rosa Weber ainda não se pronunciou sobre o tema.
A avaliação entre ministros dos dois tribunais é que o TSE, sob comando de Rosa Weber, deve adotar um caminho que evite a judicialização do processo eleitoral durante a campanha presidencial deste ano. A expectativa, inclusive, é que os casos mais polêmicos, como os de Lula, sejam resolvidos até o final de agosto. O que deixaria o clima mais definido juridicamente sobre a disputa eleitoral deste ano.
Já o PT vai apostar em todos os tipos de recursos, tanto no TSE como no STF, para tentar levar até onde for possível a candidatura do ex-presidente Lula. Os advogados do petista sabem, porém, que é praticamente impossível reverter a situação de inelegibilidade de Lula.
Com recursos nos dois tribunais, a cúpula do PT tentará manter o nome de Lula até meados de setembro, dando tempo para que ele apareça no programa eleitoral gratuito no rádio e TV. Essa estratégia faz parte do roteiro traçado pelos petistas de tentar vender a imagem de que o ex-presidente foi vítima de uma perseguição jurídica, reforçando o trabalho de transferência de votos de Lula para Fernando Haddad. O ex-prefeito é o nome escolhido pelo ex-presidente para sucedê-lo na disputa.
Caso tenha sucesso na sua estratégia, o PT também pode garantir a presença do nome de Lula nas pesquisas eleitorais. Após os registros, as pesquisas precisam trazer os nomes dos candidatos que foram registrados na Justiça Eleitoral.