A campanha eleitoral de 2018 ainda não começou oficialmente, mas os partidos já se movimentam desde o início do ano para costurar parcerias. Após desistir da candidatura do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, o Partido Socialista Brasileiro, o PSB, anunciou que não terá candidato próprio Por conta disso, a legenda tem sido cortejada principalmente pelo PDT, de Ciro Gomes, e PT, que insiste na candidatura do ex-presidente Lula, mesmo sem condições de concorrer por conta da Lei da Ficha Limpa.

O professor e cientista político da FGV, Sérgio Praça, explica quais são os pontos que fazem com que a legenda se torne um partido almejado para parcerias em campanha eleitoral.

“É um partido-chave porque não tem, assim como vários outros partidos brasileiros, uma ideologia muito bem definida. Então, tem essa flexibilidade que facilita as alianças com qualquer outro partido. Isso também é característica de outros partidos, não quero dizer que o PSB é exceção, mas como o partido tem uma bancada de deputados razoável, tem credibilidade… Então, por isso é um partido atraente para os outros partidos.”

A decisão de quem o partido irá apoiar nas eleições presidenciais será decidido pela direção nacional, em reunião marcada para quinta-feira (19). O cientista político explica que o partido que fechar aliança com o PSB conseguirá mais tempo na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o que consequentemente amplia a visualização de eleitores em São Paulo e na região Nordeste.

“A campanha vai começar em breve e quem tem mais tempo de TV, tem uma vantagem, no sentido que tem uma maneira de intermediação, sem exposição ao contraditório para comunicar as propostas e expor aspectos negativos de outras campanhas.”

A campanha eleitoral começa oficialmente em 16 de agosto, mas as coligações já podem ser formadas a partir de 2 de agosto. O primeiro turno das votações está marcado para o dia 7 de outubro, enquanto um eventual segundo turno será realizado em 27 de outubro.

Reportagem, Juliana Gonçalves