De Marisa Gibson, na coluna DIARIO POLÍTICO desta sexta-feira no DP
Não bastasse o desfalque, os Ferreira estão à frente do segundo maior colégio eleitoral do estado (Jaboatão), os termos da nota de rompimento do grupo com Paulo Câmara (PSB) atingiram algo que o governador gosta de salientar: a sua capacidade de diálogo. Além disso, a acusação de troca de cargos por apoio eleitoral, numa alusão às negociações com o PP, de Eduardo da Fonte, resvala para o desagradável campo da ética, embora todos adotem tal prática.
Claro, choveram notas de aliados apoiando Paulo, assinalando, em sua maioria, que os Ferreira, “mesmo sem expressão política”, quiseram impor o deputado estadual André Ferreira (PSC) como candidato ao Senado”, o que não foi aceito.
Mas, sem Jaboatão, com 452.258 eleitores, o palanque da Frente Popular perde um pouco de sustança na Região Metropolitana, com o agravante da crise com o Solidariedade (SD), que governa Olinda, segundo maior colégio eleitoral do Estado. A decisão do SD só sai na próxima semana e o desconforto se deve à perda para o MDB da Secretaria estadual de Habitação.
Os dissidentes da Frente Popular, claro, se deslocam para a Frente das Oposições, onde o pré-candidato a governador, Armando Monteiro Neto (PTB), está de braços abertos para receber todos os que se sentirem mal-amados entre os governistas. Agora, fechando com chave de ouro, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, desautorizou as articulações de Marília Arraes para sua candidatura ao governo, o que favorece Paulo.