No geral, as remunerações ficaram acima da inflação e apresentaram um crescimento de 3,8% em relação ao último levantamento

 A escolha de uma profissão requer um estudo aprofundado de vários pontos, como vocação, mercado de trabalho, instituições de ensino e campos de atuação. Certamente, a remuneração também passa pelo crivo dos estudantes e, para muitos, se torna fator fundamental em sua decisão. A fim de auxiliar nesse processo, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios realizou a ‘Pesquisa Nacional de Bolsa-Auxílio 2017’, com dados atualizados sobre o segmento de estágio. O resultado revelou uma boa notícia, a média geral paga aos profissionais dessa modalidade é de R$ 1.002,79, ou seja, 3,8% maior em relação a 2016, quando era de R$ 965,63 e também acima da inflação oficial, de 2,8% no mesmo período.

O levantamento ocorreu entre 10 de outubro e 15 de dezembro de 2017, com 25.434 estagiários de todo o país. Separando por gênero, os homens recebem R$ 1.057,65 e as mulheres R$ 961,10. “Porém, não se engane! Essa diferença somente ocorre porque os rapazes, em sua maioria, optam por carreiras da área de exatas, como Engenharia e Economia, ou seja, com as melhores remunerações. Já boa parte das moças migram para os segmentos de humanas. Todavia, ao olharmos para um curso específico, não há diferenças entre os pagamentos”, afirma o presidente do Nube, Carlos Henrique Mencaci.

Por nível, quem está no superior recebe em média R$ 1.125,69, uma ascensão de 3,8% em relação ao ano passado. Já para os tecnólogos, ocorreu uma melhora de 1,3% nos pagamentos, resultando em R$ 1.011,64. O nível técnico também saiu ganhando, com uma elevação de 0,74% e, assim, agora o valor médio chega a R$ 768,27. Já para quem está no ensino médio, a quantia é de R$ 620,45, um crescimento de 2,26%.

Listamos abaixo, o ranking com os dez cursos mais bem pagos:

Superior: R$ 1.125,69

1ª  Agronomia     R$ 2.076,24

2ª  Ciências Atuariais    R$ 1.645,00

3ª  Economia     R$ 1.601,16

4ª  Ciência e Tecnologia    R$ 1.457,81

5ª  Química     R$ 1.371,46

6ª  Engenharia     R$ 1.355,93

7ª  Relações Internacionais   R$ 1.340,64

8ª  Marketing     R$ 1.258,63

9ª  Farmácia e Bioquímica   R$ 1.257,85

10ª  Sistemas de Informação   R$ 1.229,39

Superior Tecnólogo: R$ 1.011,64

1ª  Tecnol. Banco de Dados   R$ 1.284,29

2ª  Tecnol. Análise e Desenv. Sistemas  R$ 1.184,33

3ª  Tecnol. Secretariado     R$ 1.114,78

4ª  Tencol. Processos Gerenciais    R$ 1.106,55

5ª  Tecnol. Redes de Computadores    R$ 1.070,66

6ª  Tencol. Comércio Exterior    R$ 1.065,68

7ª  Tecnol. Jogos Digitais   R$ 1.054,40

8ª  Tecnol. Informação      R$ 1.027,58

9ª  Tecnol. Produção Audiovisual  R$ 1.015,68

10ª  Tecnol. Marketing     R$ 1.007,20

Médio Técnico: R$ 768,27

1ª  Técnico em Química    R$ 929,33

2ª  Técnico em Segurança do Trabalho  R$ 913,55

3ª  Técnico em Automação    R$ 862,73

4ª  Técnico em Eletroeletrônica     R$ 854,26

5ª  Técnico em Mecânica   R$ 853,03

6ª  Técnico em Eletrônica    R$ 816,98

7ª  Técnico em Contabilidade   R$ 781,96

8ª  Técnico em Logística    R$ 775,55

9ª  Técnico em Mecatrônica   R$ 772,34

10ª  Técnico em Marketing   R$ 753,56

Ensino Médio: R$ 620,45

De acordo com Mencaci, Agronomia se mantém no topo da lista pelo 4º ano consecutivo. “Quando olhamos o cenário atual do país, entendemos a razão. A agricultura e o agronegócio representaram em 2017, 23,5% do nosso PIB e a criação de empregos nesses setores foi a mais alta em cinco anos, conforme aponta estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)”, explica. Além de ocorrer uma migração natural do meio rural para a cidade, também há pouca mão de obra especializada e o pagamento tende a aumentar para atrair talentos.

Outro dado curioso sobre a pesquisa é o fato de, desde seu início, em 2008, Economia, Química e Engenharia nunca terem saído do ranking dos mais bem pagos no nível superior. “São campos muito amplos de atuação e já bem estruturados na sociedade, podendo-se atuar desde a indústria, até a educação. Ainda assim, faltam profissionais bem qualificados, fator decisivo para as empresas manterem uma bolsa-auxílio alta, com o intuito de trazer os melhores para suas equipes”, enfatiza o presidente.

Para quem ainda não decidiu sobre qual caminho seguir, vale a pena ir em busca de informações, fazer testes vocacionais e pensar com responsabilidade. A dica do Nube é nunca eleger uma carreira apenas pelo futuro salário. “Passamos a maior parte do tempo nas organizações, portanto, ninguém conseguirá se manter firme se não tiver um pouco de afinidade com as funções rotineiras”, afirma. Ao iniciar um ensino, é fundamental procurar logo nos primeiros semestres por um estágio. “Essa será a melhor forma de testar se o rumo é o mais adequado ao perfil desse jovem. Além, é claro, de ser a maior porta de inserção no mercado de trabalho”, finaliza.

Fonte: Carlos Henrique Mencaci, presidente do Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios