Um dos delatores e dono do grupo JBS, Joesley Batista, e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Suad, relataram em depoimento pagamentos de US$ 80 milhões em propina “em favor” dos ex-presidentes petistas Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, “mediante depósitos em contas distintas no exterior”.
As informações constam em despacho do relator da Lava Jato e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. De acordo com o relato, o ex-presidente Lula teria recebido “vantagens indevidas” na ordem de US$ 50 milhões. Já Dilma, seria destinatária de US$ 30 milhões.
Os delatores também contaram que o ex-ministro Guido Mantega teria atuado como intermediário dos pagamentos. Os negócios seriam realizados no âmbito do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), “com objetivo de beneficiar o grupo empresarial JBS”.
O relator da Lava Jato também conta que, segundo os delatores, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto “solicitou a Joesley Batista a disponibilização de uma conta bancária no exterior para o depósito de valores, com a abertura de uma planilha de conta corrente para que os pagamentos fossem realizados mediantes a notas fiscais com conteúdo e datas ideologicamente falsos; em dinheiro; depósitos em contas no exterior; doações eleitorais dissimuladas”.
O procurador geral da República, Rodrigo Janot, também relatou que, de acordo com o despacho de Fachin, Joesley confessou ter repassado R$ 30 milhões ao ex-ministro Antônio Palocci, preso no âmbito da Lava Jato, a pretexto da campanha de Dilma à Presidência em 2010. (Jamildo)