Grande Rio FM
Unidos para denunciar supostas irregularidades nas associações que representam os moradores do bairro João de Deus, Patrícia Souza e Juarez Luiz da Silva relataram em entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (15) que tiveram suas participações nessas entidades comprometidas por irregularidades que teriam sido cometidas por outras lideranças. Patrícia deixou a presidência da Associação Comunitária do João de Deus em 2016, mas toda a documentação permanece em seu nome, causando-lhe transtornos. Juarez foi convidado a participar comovice-presidente da Associação Comunitária do João de Deus, Vivendas e Monsenhor Bernardino, mas só conhece o presidente da entidade, Milton Macedo. Os demais componentes da diretoria nunca foram apresentados. Os dois querem dar fim a essas situações.
Segundo Patrícia, o bairro em que mora enfrenta problemas de representatividade há algum tempo. Associação de Moradores do João de Deus existiu até que a entidade contratou um empréstimo para construção de uma padaria comunitária, usou o prédio da associação como garantia em uma hipoteca e não conseguiu quitar o débito. A dívida da entidade já teria passado de R$ 300 mil.
Em sequência foi fundado Conselho Comunitário do João de Deus, mas há 08 anos não há eleição para a escolha dos integrantes.
Por fim, em 2014, foi fundada a Associação Comunitária do João de Deus. A primeira diretoria foi eleita por aclamação, ou seja, os membros da Federação das Associações do Município de Petrolina instituíram os eleitos que permaneceram à frente da entidade por dois anos. Em 2016, Patrícia Souza, presidente da ACJD, convocou novo pleito, houve vencedor, mas este nunca registrou em cartório a ata de posse, nem passou o CNPJ da associação para o nome da nova diretoria. “Eu fui eleita por aclamação em 2014 e a gente formou uma equipe. Meu vice era Milton (Macedo), o diretor de eventos era Juarez (Luiz da Silva), o tesoureiro era Gabriel (Bandeira) e outras pessoas da comunidade. Eu abri o edital em 2016, teve a eleição, Eugênio (Alves) foi eleito em chapa única. Foi eleito e não registrou ainda no nome dele. Então ou eu vou na Receita Federal e acabo com isso, tiro do meu nome e encerro o CNPJ ou abro um novo edital para ter uma nova eleição”, avaliou Patrícia que tenta abrir uma empresa e está impedida diante desse impasse.
No caso de Juarez Luiz da Silva, ele denuncia integrar uma entidade que pode existir apenas de fachada. “A irregularidade nas associações de Petrolina é constante. O nosso amigo Milton chamou e eu estou tomando essa atitude porque sei que o Ministério Público vai ser acionado, Milton fundou essa associação, pegou meus documentos e nunca teve. Se você me perguntar quem é do quadro da associação eu não sei. Sei que Milton é o presidente e eu sou o vice e vou dar baixa. Não teve reunião, não teve eleição e está uma coisa obscura. E eu não vou ficar numa coisa em que eu não tenho conhecimento profundo”.
Associação Comunitária do João de Deus, Vivendas e Monsenhor Bernardino foi registrada, mas Juarez reforça não ter participado do processo de formação. “Essa diretoria, se você me perguntar quem é o tesoureiro eu não conheço, quem é a secretária eu não conheço. Ele me pediu os documentos que eu seria o vice, eu chamava Milton para fazer reuniões com as pessoas que fariam parte da diretoria e nunca teve reunião. Quando ele apareceu já foi com a associação registrada em cartório. Na realidade eu só fui descobrir que a associação representaria três bairros depois que ele foi registrada. Porque o que muitas pessoas pensam é que quando o líder é bom não precisa nem de associação para trabalhar pela sua comunidade”.
A liderança também lamentou os desacertos na condução das entidades que deveriam representar o bairro onde mora. “Aqui no João de Deus tem uma associação de moradores que foi enterrada, tomaram empréstimos no banco para se formar uma padaria comunitária. Enterraram a associação com um débito de mais de R$ 300 mil. A gente tinha um prédio que era da comunidade que foi hipotecado através desse empréstimo”.
Juarez ainda reforça que esse impasse traz prejuízos para a comunidade. “Pedro Caldas está sobrecarregado, porque as associações estão todas irregulares. Existe Paulo Lima, Socorro Neto, Pedro Caldas, ou seja, a Federação das Associações e Cubape. O São João nos bairros, porque está sendo feito usando a Cubape? Porque as associações, segundo Pedro Caldas, estão irregulares. Vamos dizer que tem a doação de uma entidade para qualquer associação que não está regular. Quando pede a documentação e elas estão irregulares o benefício volta. Não fica para comunidade”.
“Ministério público de Petrolina, vamos legalizar essas associações para que não fique ilegal e imoral. Sabe o que acontece? Quando a Feamupe ou qualquer dessas entidades vem fazer a eleição, por que não pergunta como está a associação?”, questionou Juarez.