Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso há mais de um mês em Curitiba, reafirmou sua candidatura à Presidência em carta enviada à presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), reiterando que desistir seria o mesmo que assumir que cometeu um crime que afirma não ter cometido.
“Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime. Não cometi nenhum crime”, disse Lula na carta, que foi publicada no site do PT na noite de quarta-feira. “Por isso sou candidato até que a verdade apareça e que a mídia, juízes e procuradores mostrem o crime que cometi ou parem de mentir”.
Lula está preso desde 7 de abril para cumprir pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso sobre o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, no âmbito da operação Lava Jato. Como a condenação já ocorreu em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência, deve ficar inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Lula nega ser dono do tríplex, assim como quaisquer irregularidades. Ele afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores da imprensa, do Ministério Público, do Judiciário e da Polícia Federal para impedi-lo de concorrer.
Na carta a Gleisi, Lula diz que tem acompanhado debate na imprensa sobre sua candidatura, incluindo a possibilidade de um “Plano B” do PT ou de apoio do partido a outro candidato, e por isso decidiu se manifestar sobre o assunto para defender a presidente do partido, que é firme defensora da candidatura de Lula.
“Quem quer que eu não seja candidato eu sei, inclusive, as razões políticas, pois são concorrentes. Outros acham que fui condenado em 2ª instância, então sou culpado e estou no limbo da Lei da Ficha Suja. Os meus acusadores sabem que sou inocente. Procuradores, juiz, TRF-4, eu sou inocente. Os meus advogados sabem que eu sou inocente. A maioria do povo sabe que eu sou inocente”, afirmou.
Terra.