Foto: Roberto Soares

Em discurso na Reunião Plenária desta segunda (7), a deputada Priscila Krause (DEM) criticou a Prefeitura do Recife por remanejar verbas, por meio de decretos, que ampliaram de R$ 10,9 milhões para R$ 71 milhões os gastos com propaganda institucional neste ano. A parlamentar anunciou que entrará com pedido de informações e notificará o Ministério Público de Contas para apurar a legalidade da operação. “Isso precisa ser explicado. Nosso objetivo é que isso seja revisto e esse gasto não aconteça”, disse.

Krause citou decretos publicados em abril que teriam retirado R$ 20 milhões originalmente destinados à urbanização de áreas de risco e R$ 30 milhões de construção e requalificação de espaços de interesse público. De acordo com ela, a suplementação orçamentária para “coordenação, supervisão e execução das políticas de comunicação e relações institucionais” também atingiu, anteriormente, o fundo previdenciário Recifin e a área de proteção animal.

Segundo a deputada, o que chamou a atenção foi que os recursos estão sendo retirados, inclusive, de programas que dependem de convênios firmados entre a administração municipal e outras fontes. “Simplesmente multiplicaram por sete o orçamento originário que foi aprovado na Câmara Municipal do Recife para propaganda institucional da Prefeitura do Recife. É muito dinheiro”, emendou.

Em aparte, Edilson Silva (PSOL) considerou “um escárnio” a operação feita pela Prefeitura do Recife. “Nós vemos equipamentos públicos fundamentais sucateados, sobretudo na área que trata da prevenção social da violência e da criminalidade, como é o caso do esporte e da cultura. A preparação desse gasto mostra a intenção de, no ano eleitoral, encharcar a população de publicidade”, pontuou.

A deputada Teresa Leitão (PT) ressaltou que os servidores municipais do Recife estão em greve e que, nas negociações de professores com a Prefeitura, a gestão alegou que não tinha recursos para atender às reivindicações. “A propaganda atingiu patamares absolutamente discrepantes em relação às demais políticas públicas”, observou.