Em discurso na Reunião Plenária desta quarta (2), o deputado Álvaro Porto (PTB) apontou mudanças no discurso de parlamentares e de lideranças do PSB com relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. O parlamentar destacou que, à época, socialistas votaram pelo afastamento da petista e minimizaram a participação de Lula na atração de empreendimentos para Pernambuco. Atualmente – lembrou -, a legenda adota o discurso do golpe e busca uma aliança com o Partido dos Trabalhadores (PT) visando às eleições para o Governo do Estado, em outubro.
“O mesmo PT que foi massacrado e anulado pelos socialistas agora é cortejado pelo Palácio Campo das Princesas. E neste processo de reaproximação, nomes do PSB negam decisões públicas tomadas em assembleia para derrubar Dilma Rousseff”, afirmou Porto, acusando o partido de “agir ao sabor das conveniências” e de tentar se eximir da responsabilidade de ter levado o então vice-presidente Michel Temer ao cargo máximo do Executivo federal.
“O partido concordou com a tese de que Dilma cometeu mesmo o crime de responsabilidade e agora, dois anos depois, fala em golpe e tenta impor a marca de golpista em quem esteve ao lado da ex-presidente”, denuncia, referindo-se ao senador Armando Monteiro (PTB-PE), que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do segundo governo Dilma e se apresenta atualmente como pré-candidato ao Governo do Estado.
Por fim, Álvaro Porto voltou a cobrar do Partido Socialista Brasileiro explicações sobre operações da Polícia Federal das quais é alvo de investigação. “O trabalho de órgãos federais continua a evidenciar indícios de envolvimento do PSB em desvios de recursos públicos por meio de supostos esquemas que envolveriam propinas, superfaturamentos, lavagem de dinheiro, empresas fantasmas e contas no exterior.”
Em apartes, os deputados Sílvio Costa Filho (PRB) e Teresa Leitão (PT) também criticaram a mudança de postura do PSB com relação ao Partido dos Trabalhadores. Ambos defenderam a candidatura de um nome próprio do PT ao Governo do Estado. “É legítimo que a sigla tenha candidato a governador; é bom para a democracia e para os pernambucanos”, afirmou Costa Filho. “O PSB não quer apenas o tempo de TV e o apoio do PT. Há um componente a mais: eles buscam tirar do páreo a candidatura de Marília Arraes”, analisou Teresa.