Por Hédio Júnior
A privatização da Centrais Elétricas Brasileiras S.A , a Eletrobras, deve gerar à companhia de energia investimentos de até R$ 14 bilhões ao ano. Esses recursos são apontados pela atual direção da estatal como fundamentais para a sobrevivência da empresa. A arrecadação atual estaria batendo a casa dos R$ 4 bilhões ao ano.
Na Câmara dos Deputados, há a expectativa do relator da comissão especial que avalia essa privatização, deputado José Carlos Aleluia, do DEM da Bahia, de que o seu parecer sobre o assunto seja apresentado para votação, no mais tardar, até o fim do mês. O colegiado tem realizado audiências públicas desde a semana passada com autoridades ligadas ao setor de energia elétrica no país.
A Eletrobras é a maior companhia de capital aberto do ramo na América Latina. O governo defende que parte do capital da empresa seja vendido ao mercado privado, mantendo a União como principal e maior acionista. Esse percentual público seria de cerca de 40%. Diante disso, nenhum outro grupo acionista poderia somar mais de 10% das ações.
Presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior destaca que privatizar parte da empresa ajudará com que ela saia da crise com chances e perspectivas de crescimento superiores às que têm atualmente. “Na área de energia, esses valores dão conta de investimentos que corresponderiam a Eletrobras na casa de R$ 14 bilhões por ano. É o que ela deveria fazer para manter sua participação no mercado. Hoje, ela só é capaz de fazer R$ 4 bilhões. A principal razão é dizermos: nós não temos capacidade financeira e isso pode, obviamente, comprometer o próprio crescimento da economia brasileira”, defendeu.
Relator da comissão, José Carlos Aleluia disse que não há porque estender muito as discussões e que apresentará logo seu parecer sobre a proposta de privatizar a Eletrobras.
“Nós faremos mais duas audiências e entraremos para votação do relatório. Eu não vejo porque atrasar mais”, disse o parlamentar.
A Comissão Especial de Desestatização da Eletrobras tem audiências programadas para esta semana. Outro ponto que tem sido discutido é a manutenção do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e as atividades de pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico brasileiro.