Em pronunciamento na Reunião Plenária desta quarta (11), o deputado Álvaro Porto (PTB) criticou o “desmonte” do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O parlamentar relatou a recusa, do Governo do Estado, em reajustar os salários dos funcionários da empresa pública, que estão defasados, segundo ele, há quatro anos. Destacou, ainda, pontos de um manifesto dos trabalhadores, que cita ameaças de privatização das estações de pesquisa, corte de energia elétrica por falta de pagamentos e atraso na quitação de aluguéis.
“A Secretaria de Administração rejeitou proposta de reajuste salarial e outros benefícios pleiteados como, por exemplo, a incorporação de gratificação. A decisão desestimula e põe em xeque a prestação de um serviço fundamental para quem vive da agropecuária”, afirmou Porto.
Entre outras funções, o IPA promove planos e programas de pesquisa e desenvolvimento agropecuário, além de assistência técnica e extensão rural. De acordo com o manifesto, escritórios municipais estão sendo mantidos pelas prefeituras e outros estão fechando. Para Porto, toda essa situação prejudica a oferta de alimentos de qualidade fornecidos por mais de quatro mil agricultores familiares assistidos pelo instituto.
O deputado citou dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que atestam que agricultores que contam com assistência técnica e extensão rural aumentam em até três vezes sua renda em relação aos que não recebem. E, ainda, a cada R$ 1 empregado é gerado R$ 3 em impostos. “O que está ocorrendo no IPA compromete não só os funcionários. Uma cadeia imensa de trabalhadores e de pequenos negócios está sendo penalizada, o que contribui para o desemprego, a redução de renda e o êxodo rural”, emendou.
Em aparte, a deputada Teresa Leitão (PT) anunciou que a Comissão de Agricultura fará, na próxima segunda (16), às 9h, uma audiência pública para discutir a situação do IPA.
“Há uma preocupação do sindicato dos trabalhadores da agricultura (Sintape) tanto com as condições de trabalho quanto com a defesa da razão de ser do IPA, que é o assessoramento técnico, que ajuda a termos práticas mais positivas e com respeito à ecologia e à natureza”, disse a petista.
Tomando como exemplo a situação da estação de Serra Talhada (Sertão), Augusto César (PTB) avaliou que o instituto está “jogado às baratas”. “Eu visitei o IPA de Serra Talhada. Faz vergonha a forma como está sendo tocada aquela empresa pública”, exemplificou.
Júlio Cavalcanti (PTB) relembrou problemas verificados pela Oposição na unidade do município de Garanhuns, no Agreste Meridional, em visita realizada ano passado. Na ocasião, constatou-se que carros usados para o deslocamento de técnicos e máquinas agrícolas estavam parados por falta de combustível. “Em Custódia (Sertão), sementes doadas pelo Governo do Estado foram para o lixo porque estavam fora de prazo de validade. É um caos”, lamentou.