Foto: Ricardo Labastier / Acervo JC Imagem

Margarida Azevedo

Bengalas e cães-guia podem estar com os dias contados para deficientes visuais, que representam 3,6% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Óculos tridimensionais, desenvolvidos por três alunos do curso técnico de eletrônica do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), têm chance de substituir esses instrumentos que auxiliam os cegos quando precisam se locomover. A boa notícia é que, além de inovador, o protótipo não custa caro – os jovens calculam que para montá-lo são necessários entre R$ 50 e R$ 100. E os “inventores” não pretendem patentear a ideia. Vão deixá-la aberta para quem quiser copiar, melhorá-la e até fabricar o equipamento.

O projeto para desenvolver os óculos começou dois anos atrás. A ideia surgiu do professor Gilmar Brito. “Tenho amigos com deficiência visual e pensei que o IFPE, como instituição de ensino, deve contribuir com a sociedade. Fiz a proposta aos alunos e eles toparam. O desenvolvimento dos óculos vai ajudar pessoas cegas e também acrescentar profissionalmente para os estudantes”, destaca Gilmar, um dos orientadores. Outros três docentes participaram na orientação: Meuse Nogueira, Aida Ferreira e Ioná Rameh.

Os óculos identificam objetos e obstáculos que estejam com até quatro metros de distância de quem o utiliza (esse intervalo pode variar, conforme a capacidade dos sensores instalados nele). O funcionamento é simples. Numa armação de óculos comum são colocados três sensores ultrassônicos. Cabe a esses radares medirem a distância do objeto ou pessoa. ( JC)