Em menos de três meses, Petrolina já registra 44 homicídios de acordo com dados da Polícia Militar. Durante todo o ano de 2017, a cidade registrou 131 assassinatos, ficando entre as 10 cidades mais violentas à nível de estado no ranking apresentado pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. Apenas no último final de semana, cinco pessoas foram assassinadas em menos de 24 horas na cidade.

Uma característica em comum entre a maioria desses crimes foi o uso de arma de fogo e também a autoria dos disparos ocupando motocicletas sem placa. De acordo com Capitão Freitas, do 5º Batalhão de Polícia Militar, os casos registrados estão relacionados ao tráfico de entorpecentes, vingança pessoal e acerto de contas. “São fatos que fogem […] e mesmo que a gente tenha uma viatura em cada esquina não tem como evitar que um homem mate a sua esposa”, justificou o policial sobre os crimes de aproximação, em grande parte ocorridos dentro do ambiente familiar.

Um outro ponto marcante tem sido a violência contra moradores de rua. De acordo com Capitão Freitas, há uma dificuldade de prevenir esse tipo de violência tendo em vista que eles são programados. “Será que a culpa da polícia ter moradores de rua?”, questionou, acrescentando que, do número total de assassinatos neste ano, cerca de 64% dos casos possuem características de extermínio. “Isso quer dizer que são 28 pessoas certas que vão morrer”, explicou.

‘Legislação Frouxa’

De acordo com Capitão Freitas, “as forças de segurança são integradas” e que “a Polícia Civil faz um excelente trabalho”, mas o problema da criminalidade está na legislação vigente no país. “A legislação é muito frouxa. A gente faz a prisão, mas o delinquente volta para a rua e faz novos delitos”, salientou. Entretanto, para o PM, os números, apesar de elevados, correspondem proporcionalmente ao desenvolvimento do município. “Petrolina tem população flutuante de 500 mil pessoas. Vamos fazer uma análise fria: latrocínio [roubo seguido de morte] só foi um. Não estamos satisfeitos com isso, deveria ser nenhum”, enfatizou.

Reforço Policial

Segundo o Capitão, em 2017, cerca de 20 policiais foram aposentados, mas o Batalhão recebeu “um incremento de cerca de 30 policiais” em compensação. Ele enfatiza que existe a previsão de Petrolina receber “o encaminhamento de mais 200 homens para uma unidade especializada com rádio patrulha, canil e ROCAM”, explicou.

Informações grande rio FM