Paulo Veras
O papel de João Campos não se limitará à corrida pelo Congresso. Ele também é uma arma do PSB contra o discurso da oposição – principalmente de ex-aliados como o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) – negando ao governador Paulo Câmara o papel de sucessor administrativo de Eduardo Campos.
“Ele não está nesse conjunto à toa. A presença é para tirar qualquer dúvida de que esse conjunto do PSB não dá seguimento ao que Eduardo começou. Vai desmentir qualquer argumento que se queira colocar nesse sentido”, afirma Sileno.
O tio de João, o advogado Antônio Campos (Podemos), que rompeu com o PSB e se coloca como pré-candidato ao Senado, diz que não faz mal ter figuras da família concorrendo por chapas diferentes. “Eduardo merece ter um filho deputado federal. Espero apenas João ter a consciência que o legado de Eduardo é bem maior que o governo de Paulo”, afirma.
‘Dinastia Política’
Para Vannucio Pimentel, doutor em ciência política e autor do estudo A Primazia dos Clãs: A Família na Política Nordestina, a pré-candidatura de João é um caso de dinastia política, em que o filho é escolhido como herdeiro do capital político em busca de votos para tentar manter o grupo no poder.
Vannucio entende que a real preparação é para torná-lo prefeito do Recife ou governador de Pernambuco. “A família Campos perdeu seu principal agente político catalizador. E agora precisa construir uma figura de proa para capitalizar esse grupo. É questão de tempo e viabilidade. Mas ele é claramente toda a aposta política para futuro da família Campos. É uma estratégia de longo prazo”, explica. ( JC).