Brasil 247 – Primeiro se estipulou que Luiz Inácio Lula da Silva seria “culpado”. Agora procura-desesperadamente por um “crime” para o ex-presidente da República.
Tal qual um processo kafkiano, a Lava Jato é recheada de “surrealismos” onde, por exemplo, só valem as delações premiadas que incriminem Lula. O objetivo é manter a narrativa da força-tarefa, etc.
Portanto, às favas as provas!
Fundamental é o apoio popular (sic) para dar cabo à persecução penal.
Dane-se o princípio da legalidade!
Viva os vazamentos, a seletividade e a parcialidade do juiz Sérgio Moro!
Não há que afastar o abuso no “jus puniendi”, isto é, no direito do Estado de punir, como recentemente atestou o jurista italiano Luigi Ferrajoli ao afirmar que “esse é um caso em que há um juiz que teme perder o jogo”.
Mesmo que não haja provas, frise-se.
Não importa o que disseram 73 testemunhas, o que importa mesmo é condenar Lula para deixá-lo inelegível para 2018.
A prisão do ex-presidente até seria relegada para o segundo plano, desde que cumprido o objetivo político da Lava Jato de tirá-lo da disputa presidencial do ano que vem.
A força-tarefa da Lava Jato resgatou um velho mantra dos udenistas — que a história os qualificou como “falsos profetas” ou “falsos moralistas”.
Em 1º de junho de 1950, Carlos Lacerda vaticinou nas páginas do jornal Tribuna da Imprensa: “O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”
Não se trata de mera coincidência histórica, caro leitor. A burguesia nacional apenas segue sua tradição golpista. Nada mais. Porém, alertava Karl Marx, em 18 Brumário, “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
Dito isto, os “coxinhas” nem sabem mais de que Lula é acusado tal a profusão de crimes atribuídos a ele — “sapo barbudo” — antes mesmo que fosse investigado formalmente. Está aí a velha mídia golpista para confirmar o alvo previamente selecionado pelo “sistema”.
Feita a escolha do alvo, em conluio, mídia e parte do judiciário, em tempo recorde, imputaram a Lula e seus famílias desde a compra de um “pedalinho” até o “tráfico de influência internacional”.
Abaixo, leia os crimes atribuídos a Lula — em tempo recorde — para tirá-lo da corrida presidencial: